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Emissões de gases de efeito estufa aumentam no Brasil por conta do uso excessivo de usinas termelétricas

De acordo com o novo relatório do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, lançado no último dia 19, o Brasil emitiu em 2014, 1,558 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (t CO2e), uma redução de 0,9% em relação ao 1,571 bilhão de toneladas emitidas em 2013. Nesse mesmo ano, um aumento de 28% na taxa de desmatamento na Amazônia havia feito as emissões totais do país crescerem 8,2% em relação ao ano anterior. O que se esperava é que com a desaceleração do desmatamento em 2014, as emissões também caíssem, no entanto, foi verificado uma alta de 6% na quantidade de carbono lançada ao ar pelo setor de energia impedindo que a queda de 9,7% no setor de desmatamento fizesse diferença na contribuição do Brasil para o aquecimento global no ano passado.

Só em 2014, o setor de energia emitiu 479,1 milhões de toneladas (mt) de CO2e, e hoje está lado a lado com o número do desmatamento (486,1 mt CO2e) como principal fonte de gases estufa da economia brasileira. Segundo o relatório do Observatório do Clima, o crescimento foi puxado pelos subsetores de transportes, que estão emitindo 3% mais do que em 2013; de geração de eletricidade que teve um aumento de 23% devido principalmente ao acionamento de usinas termelétricas fósseis para fazer frente à seca que esgotou os reservatórios das hidrelétricas no Nordeste e no Centro-Oeste/Sudeste do país; e de produção de combustíveis, que teve aumento de 6,8% nas suas emissões devido à produção e ao refino de óleo e gás. A estimativa inclui também a exploração do pré-sal a esse aumento.

De acordo com especialistas, os dados do SEEG acendem um alerta sobre a INDC, o plano climático anunciado pelo Brasil para a conferência do clima de Paris (COP 21), que começa em 11 dias. De acordo com a INDC, o Brasil se compromete a realizar reduções absolutas de emissão em toda a sua economia após 2020. Já os especialistas afirmam que o Brasil precisa fazer uma transição econômica importante se quiser entregar não apenas o que prometeu na INDC, mas um corte de emissão maior, compatível com a meta de manter o aquecimento global abaixo de 2ºC.