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Maior lixão da América Latina finalmente tem prazo para fechar

Governo do Distrito Federal garante que até outubro lixão da Estrutural estará fechado. Transição para fechamento começa em agosto. Segundo associação de catadores, 2 mil pessoas trabalham no lixão e serão atingidas.

Essa semana (10), o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmou que o lixão da Estrutural será desativado até outubro. Segundo comunicado para a imprensa, Rollemberg disse que o início do processo para fechar o lixão começa em agosto. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o lixão da Estrutural é o maior a céu aberto da América Latina. Durante comunicado sobre o fechamento do lixão Rollemberg afirmou ser o segundo maior do mundo.

No mesmo dia em que foi comunicado o fechamento do lixão, foi publicado no Diário Oficial as nove cooperativas que estão credenciadas para trabalhar com a triagem do lixo. O que não for reciclável será enviado ao Aterro Sanitário de Samambaia – considerado mais moderno, já em atividade, e que irá substituir a longo prazo o lixão.

As próprias cooperativas venderão o material que pode ser reaproveitado para as usinas de reciclagem no DF ou em outros estados. Para cada tonelada vendida, o governo do DF deve repassar mais R$ 92 às centrais de triagem como bônus de compensação ambiental.

De acordo com o GDF, o contrato atual das empresas de limpeza vence em outubro e, com uma nova licitação, será
possível levar a coleta seletiva para todas as 31 regiões administrativas. O GDF explicou que isso será possível porque o pagamento dos novos contratos, de acordo com o SLU, será realizado por rota e não mais por peso do lixo coletado. Atualmente, apenas 14 regiões recebem o serviço.

CATADORES – Segundo a associação de catadores, 2 mil pessoas trabalham no lixão. Em média, mensalmente os trabalhadores conseguem renda de R$ 1,2 mil com o recolhimento para reciclagem. Os catadores credenciados recebem ajuda de custo de R$ 300 mensais e serão remunerados com R$ 92 por tonelada de lixo separado.

Atualmente, 900 trabalhadores já recebem a bolsa e o GDF encaminhou pedido de ampliação do subsídio para a Câmara Legislativa com intuito de atender mais 1200 pessoas. Ainda não há previsão para a votação do projeto.
Como a licitação para os centros de triagem ainda está em processo, o governo informou que irá alugar quatro galpões para acelerar a transição dos catadores.

De acordo com o representante do Movimento Nacional de Catadores, Roney Alves, o governo não tem seguido as determinações da Lei Nacional de Residuos Sólidos. “Ele deu auxílio a um pequeno grupo de catadores e acha que isso irá resolver”. Segundo Roney, os trabalhadores da Estrutural já estão em uma situação complicada e estão ficando marginalizadas porque o lixo no Aterro em Samambaia está sendo encerrado.

O Movimento Nacional de Catadores recorreu a Defensoria Pública do DF e à Câmara Legislativa para que as demandas dos trabalhadores sejam cumpridas e eles possam ser inseridos no novo contexto de coleta e descarte de resíduos. Questionado sobre a exclusão dos trabalhadores, Rollemberg afirmou que o projeto do aterro sanitário prevê a inclusão de 100% dos catadores credeciados e informou que o governo está aberto ao diálogo.
Apesar do anúncio do fechamento do lixão em outubro, a Estrutural continuará recebendo entulhos da construção civil. De acordo com Rollemberg, a previsão é de que até o final de 2018 outras áreas já estejam licitadas e aptas para receber também esse material.

Sobre a recuperação ambiental da região do lixão, o governo informou que está realizando estudos mas também não há previsão de quando os trabalhos terão início.

Lixão da Estrutural – A região onde localiza-se a Estrutural é utilizada para o depósito de lico desde o nascimento de Brasília. A área ocupa cerca de 200 hectares e está a apenas 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes, centro da capital. Segundo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF, só em 2016 foram depositadas 830.055 toneladas de dejetos no lixão.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), o Brasil tem atualmente quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros.
Aterro – O novo Aterro Sanitário começou a ser construído em 2012, e o projeto inteiro deve custar mais de R$ 110 milhões. Ele terá 760 mil metros quadrados — incluindo 320 mil destinados a receber rejeitos (materiais não reutilizáveis) — e será construído em quatro etapas. A primeira etapa, com 110 mil metros quadrados, custou R$ 44 milhões aos cofres públicos.

De acordo com o governo, o aterro deve funcionar por 13 anos, a partir do início das atividades, e receber uma média diária de 2,7 mil toneladas de rejeitos. O novo destino para o lixo do DF fica na DF-180, próximo a Samambaia.

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