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Meu carro matou um Filipino

Você ouviu falar no supertufão Haiyan? Ele arrasou as Filipinas recentemente, um país de ilhas. Foram 10 mil mortos e 4.5 milhões de afetados. Agora, você sabe o que causou todo esse desastre? As mudanças climáticas, meu bem.

Quando fui noticiado do tufão, pensei: meu carro matou um Filipino. Com remorsos, dormi muito mal. As mudanças climáticas estão sendo ocasionadas pelo excesso de gases de efeito estufa na atmosfera. Os gases emitidos da terra sobem e formam uma camada cada vez mais espessa e duradoura, impedindo que o calor se disperse livremente no universo.

Muitos fatores provocam as emissões dos gases. O desmatamento, o pum dos inúmeros animais ruminantes como o boi, a decomposição do lixo diário, as indústrias e os carros. Sim, os carros e seus gases. Cada acelerada que você dá para se deslocar até ao salão de beleza, à padaria, à farmácia, ao supermercado, ao trabalho, emite gases. Um carro não altera significativamente, mas milhões deles, todos os dias, fazem grande diferença.

As mudanças climáticas afetam a maior área do planeta, que são os oceanos. Os mares aquecem e, nas áreas mais profundas, formam-se os tufões, embora em menor quantidade, são mais intensos. O Haiyan chegou com ventos de até 190 quilômetros por hora, tendo seu olho mais de 90 quilômetros, arrasando tudo que encontrou pela frente.

Muitos desastres aconteceram em todo o mundo. No Brasil, em 2010, o Governo destinou 4,6 bilhões para auxiliar vítimas dos muitos eventos desastrosos, como o que ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro.

“O aumento de eventos como furacões, secas extremas, enchentes em regiões costeiras e em várzeas de rios, deslizamentos de encostas, entre outros, vai obrigar milhares a deixarem o local que habitam. A extensão do fenômeno ainda é difícil de avaliar – as estimativas variam entre 25 milhões e 1 bilhão de “deslocados” até 2050, segundo levantou o pesquisador Oli Brown em livro sobre o tema, publicado pela Organização Internacional de Migração.” (Fonte G1)

Você pode estar se perguntando: contra uma força devastadora dessas, o que eu posso fazer? Muita gente pensa que só o seu carro andando pela cidade não vai fazer diferença. Vai. Um carro, dois carros, muitos carros, muitos gases, mais tufões e muitas mortes. Dê exemplo para seu filho diminuindo o uso do seu carro.

Só isso ajuda? Ajuda, mas não é tudo. Lute na sua cidade por transporte coletivo de boa qualidade para todos. Lembre-se que uma boa cidade é aquela que até o rico anda de ônibus. Também exija do prefeito a construção de espaços para os ciclistas e pedestres.

A indústria automobilística é poderosa, sei disso. Eles conseguiram contratar a Disney para fazer o inocente desenho carros. Ficou tão bom que até eu fui assistir. As crianças saíram das salas de exibições apaixonadas por carros. Conheço casais que saem de carro a noite para fazer o beber dormir. Que vício!

O povo e os desastres têm cada vez mais forças. A população mostrou força durante a Primavera Árabe e nas manifestações brasileiras. O povo nas ruas foi tão forte que resultou, por exemplo, nas primeiras prisões de pessoas acusadas de corrupções. Os desastres naturais são cada vez mais violentos. Se quisermos, mudamos tudo para construir um mundo mais equilibrado e paramos o furor dos homens maus e a força dos desatres. Caso contrário, teremos que receber em breve os desabrigados dos desastres climáticos em busca dos poucos espaços seguros que ainda restarão.

Pense nisso!

José Carlos Lima