Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

Projeto Pomar Urbano ensina como devolver vida a um rio

Utilizado durante anos de forma insustentável, o rio Pinheiros, em São Paulo, passou de ponto de lazer a fonte de energia chegando a receber lixo doméstico e industrial em grande escala, até a sua revitalização.

O crescimento desordenado das grandes cidades geram graves e muitas vezes irreversíveis problemas ambientais. O rio Pinheiros, localizado às margens de uma das avenidas mais movimentadas da grande São Paulo, era um exemplo da falta de educação ambiental e estava condenado a ser mais um entre milhares de rios que estão poluídos, contaminados e utilizados pela população somente para ser uma lixeira a céu aberto.

Se um dia o rio Pinheiros havia sido ponto de encontro e lazer do paulistano que nadava em suas águas, depois de anos de descaso o rio assistiu ao crescimento da cidade passando por modificações que comprometeriam sua saúde e futuro, gerando, inclusive, mudanças no seu curso. Com tantas transformações, as margens do rio perderam as matas ciliares e a vegetação natural foi se extinguindo, comprometida pela construção de avenidas.

Para tentar reverter a situação, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA-SP) se uniu a várias outras equipes do Sistema de Meio Ambiente, como os Institutos Florestal, Geológico e de Botânica, além do Departamento de Projetos da Paisagem, a Coordenadoria de Proteção de Recursos Naturais, a Coordenadoria de Educação Ambiental, a Cetesb e a Fundação Florestal, com o propósito de avaliar as condições das margens do rio, do solo, da fauna, da flora e também da água.

Para começar o projeto, um trecho piloto permitiu aos técnicos estabelecer parâmetros para o trabalho, propor saídas para os obstáculos e finalmente colocar em prática aquilo em que acreditavam desde o início: a revitalização das margens do rio Pinheiros era possível. No período entre dezembro de 1999 a fevereiro de 2000, implantou o primeiro trecho com cerca de 1 km de extensão na margem esquerda do rio Pinheiros. A partir daí, surgiu o Pomar Urbano, denominado até então de Projeto Pomar, que “foi e tem sido responsável por revitalizar as margens do rio, promover a educação ambiental e o envolvimento da população com a conservação do local”, afirmou Marco Antonio de Oliveira, da Coordenadoria de Parques Urbanos (CPU) da SMA. De acordo com Marco Antonio, o projeto contou com a colaboração de técnicos de diversas áreas e parceiros da iniciativa privada determinados a transformar as margens do rio Pinheiros. “Atualmente, o projeto conta com 17 empresas parceiras”.

Sistema sustentável – Utilizando o sistema de flotação, as mudas produzidas no Pomar Urbano são regadas pela água do rio Pinheiros. Uma mini usina que simula uma estação de tratamento com o sistema de flotação torna a água captada no rio Pinheiros própria para ser utilizada na irrigação do Pomar. De acordo com a SMA, o recurso é também um alerta para a reflexão sobre o reuso da água, tema recorrente nas ações educativas do Pomar. A compostagem utilizada no Pomar, é um método de reciclagem feito a partir do material da poda. Os restos vegetais são triturados, manejados e umedecidos até que se transformem em adubo, quando voltam para a planta como alimento.

A recomposição paisagística e ambiental das margens do rio Pinheiros proporcionou o retorno da fauna, criando locais para repouso, abrigo e alimentação para animais e pássaros que estão nas áreas arborizadas. Ao todo, são mais de cinquenta espécies de aves, como gaviões, corujas, pombos, sabiás, sanhaços, periquitos, garças e muitas outras.

Público alvo – Segundo Marco Antonio, o público alvo vai desde usuários e frequentadores daquelas áreas que queiram conhecer ou participar das ações, além da possibilidade do agendamento de visitas programadas nos quais é disponibilizado acompanhamento monitorado. Em regra, tal acompanhamento é destinado à instituições de ensinos governamentais e não governamentais acompanhados por seu corpo docente.

rio_pinheiros_1999

rio_pinheiros_2011