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Projetos de energia renovável nos países em desenvolvimento apoiam Acordo de Paris

Segundo relatório da ONU Meio Ambiente, esses projetos criam benefícios para a mitigação do clima, estimulam a criação de empregos, além de trazerem melhorias para a saúde humana.

O relatório “Energia renovável e eficiente nos países em desenvolvimento: contribuições para reduzir as emissões globais”, lançado no último dia 31, afirma que projetos com apoio internacional implementados nos países em desenvolvimento entre 2005 e 2016, podem reduzir as emissões de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e) em 0,6 gigatoneladas, anualmente, até 2020. De acordo com o relatório “Emissions Gap” da ONU Meio Ambiente, o mundo precisa cortar de 11 a 13,5 GtCO2e até 2030 para estar no caminho de menor custo para atingir a meta de Paris de limitar a elevação da temperatura global a 2 graus Centígrados neste século – uma gigatonelada é equivalente a um ano de emissões do transporte na União Europeia (incluindo aviação).

O relatório da 1 Gigaton Coalition, coalizão formada por ONU Meio Ambiente e governo da Noruega, conclui que os projetos de energia renovável e eficiente criam múltiplos benefícios para além da mitigação das mudanças do clima. Esses benefícios incluem melhoras ambientais e na saúde humana, estímulo econômico e criação de empregos, mais igualdade de gênero e melhoras sociais que apoiam os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), tornando a eficiência energética e a energia renovável um investimento amplo.

De acordo com o ministro de Relações Exteriores da Noruega, Ine Eriksen Søreide, “projetos de energia renovável em parceria de projetos e políticas de eficiência energética são vitais para a descarbonização global ao fornecer recursos-chave e criar ambientes propícios em regiões críticas”. O ministro afirmou ainda que os projetos de energia renovável e eficiente nos países em desenvolvimento além de poderem ajudar a preencher déficits no Acordo de Paris para o clima, são acompanhados de enorme benefícios econômicos e para a saúde humana.

O relatório enfatiza muitos casos onde tais benefícios foram acumulados:

• O governo municipal de Nova Délhi fechou uma parceria com a organização IL&FS Environment para construir uma usina de aproveitamento de materiais recicláveis que irá economizar esperadas 8,2 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa em 25 anos, enquanto reduzirá a poluição do solo. O projeto contratou 70 coletores de materiais recicláveis, e criou um centro comunitário que fornece apoio e treinamento a aproximadamente 200 mulheres.

• A cidade chinesa de Nanjing adicionou 4,3 mil veículos elétricos às ruas entre 2014 e 2015, reduzindo as emissões em 246 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente e economizando mais de 71 milhões de dólares em contas de energia em apenas um ano.

• O programa de certificação de edifícios sustentáveis na Cidade do México cobre 8,2 mil metros quadrados de área em 65 edifícios. Criou 68 novos empregos e evitou a emissão de 116,8 mil toneladas de CO2, economizou 133 milhões de quilowatt/hora (kWh) de eletricidade e 1,73 milhões de metros cúbicos de água potável.

Para apoiar os objetivos globais de energia renovável e eficiência energética, o relatório enfatiza a necessidade de amplo apoio à transferência conhecimento e tecnologia, mais financiamento e políticas para criar ambientes propícios para medidas de descarbonização e rápida inovação tecnológica e implementação de projetos.

Larissa Itaboraí