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Um ano de racionamento de água no Distrito Federal

FVHD
16 jan 2018
Água, blog
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Adasa, Brasília, Caesb, Descoberto, Lago Paranoá

Segundo relatório da Adasa, o desabastecimento gerou bons resultados, o mês de dezembro e as primeiras semanas de 2018 tiveram boas chuvas e o quadro mais realista é de que até abril o Descoberto esteja com índice de 50%.

Hoje (16) completa um ano que os moradores de Brasília e Distrito Federal inauguraram o cotidiano de cortes no abastecimento de água promovido pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Nesse período, a população atingida pelo racionamento deixou de gastar cerca de 980 litros de água por segundo. Essa quantidade é quase o consumo de água da população de Ceilândia, que corresponde a 830 litros por segundo.

Ao todo, 1.631.549 moradores das regiões abastecidas pelo reservatório do Descoberto tiveram que se adaptar à nova rotina – ficar sem água 24 horas a cada seis dias. Após um mês os moradores abastecidos pelo sistema Santa Maria também entraram na rotina. Ao final de um ano de racionamento os candangos ficaram, em média, 2 meses sem água nas torneiras.

Em 2017, Brasília amargou a pior seca da história. Mesmo com os esforços dos candangos e com as intervenções da Caesb, o volume das barragens do Descoberto e de Santa Maria diminuía mês a mês. Até chegar ao índice de 5,3% no dia 7 de novembro – o menor da história do reservatório. O menor nível atingido pelo Santa Maria foi de 21,6%.

No último mês do ano as chuvas voltaram a cair e a capacidade do Descoberto chegou aos 30,1% no dia 31. Segundo o presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, se não tivesse o racionamento, o Descoberto teria secado. Apesar de os reservatórios terem se recuperado, 2017 terminou com o volume de precipitações 15% abaixo do esperado. A previsão era de que o ano encerrasse com o acumulado de 1.525,9 milímetros, no entanto, choveu apenas 1.304,6 milímetros.

Cenário para 2018 – As duas primeiras semanas de 2018 começaram bem, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A capital recebeu 88,6mm de chuva desde a virada do ano, ou seja, 36% da média de janeiro, que é de 247mm. Com isso, o nível do reservatório de Descoberto, principal fonte de abastecimento da cidade, subiu de 30% para 35%, enquanto o Santa Maria se manteve estável em 53%.

Segundo relatório da Adasa publicado no final de dezembro, o Descoberto deve atingir 50% de seu volume útil até o fim do período chuvoso. Isso, levando em consideração fatores como o ritmo das chuvas, o rodízio de água, a vazão, entre outros fatores técnicos, deve garantir o abastecimento público no próximo período de seca nos meses de outono e inverno.

Com base na expectativa do clima e nas captações da Caesb, a Adasa trabalha com três cenários possíveis: um de que o ciclo de chuvas nos próximos meses seja semelhante ao dos primeiros cinco meses deste ano; um com 20% a menos de chuvas no referido período; e um com 20% a mais de chuvas. Para isso, as chuvas teriam de repetir a intensidade registrada no ciclo hidrológico de 2016/2017 – o pior da história da capital.

“A quantidade de chuva que tem caído tem nos dado um alento. No entanto, temos a expectativa de chuvas por mais quatro meses. Precisamos esperar o que virá para termos uma situação mais clara de como será a próxima seca”, esclareceu Paulo.

Obras pela água – Em 2017, a Caesb deu andamento a 12 obras com o objetivo de aumentar a captação de água em 16,5%. No total, foi investido R$ 133.619.259,62 no ano. Segundo cálculos da Caesb, a capacidade de puxar água da natureza passou de 9.500 litros por segundo para 11.076 litros por segundo no auge de captação. Esse acréscimo é suficiente para abastecer aproximadamente 880 mil habitantes – média populacional das regiões de Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas.

A maior parte dessa capacidade adicional está concentrada em duas obras de médio porte: o subsistema do Bananal e a obra emergencial de captação do Lago Paranoá. A construção do Bananal permitiu retirar uma média de 726 litros por segundo do córrego. A obra custou R$ 20 milhões, bancados pela Caesb com financiamento do Banco do Brasil e contribuiu com o abastecimento de 170 mil habitantes de áreas como Asa Norte, Sudoeste, Cruzeiro e Noroeste.

A obra emergencial de captação do Lago Paranoá passou a captar cerca de 700 litros por segundo do lago artificial, em uma estação no Setor de Mansões do Lago Norte. A estrutura custou R$ 42 milhões, pagos pelo Ministério da Integração Nacional, e envia água para o sistema Santa Maria/Torto.

Além dessas construções, a Caesb também fez obras para interligar os reservatórios e, assim, diminuir a demanda do Descoberto. Antes da crise hídrica o reservatório abastecia 60% dos imóveis, atualmente ele fornece água para 52%. O Santa Maria passou de 21% para 29%.

Brasília em risco – A capital do país está situada no divisor de águas das bacias do rio Paraná, do Tocantins-Araguaia e do São Francisco. Por isso a preservação hídrica no DF é essencial para garantir o fornecimento em todo o país. O estudo mais completo feito sobre o clima em Brasília é de 2015, feito pela meteorologista do Inmet, Morgana de Almeida. Ela analisou 26 parâmetros climatológicos em todo o Centro-Oeste e o que viu foi uma tendência semelhante em quase todas elas: noites mais quentes, maior número de dias secos consecutivos, maior frequência de ondas de calor.

“Vários fatores contribuem para este aumento, mas fica claro que as interferências do homem influenciam esse processo. Podemos citar a emissão de CO2 na atmosfera e a expansão urbana”, explica Morgana.

Com o crescimento urbano desordenado, grande parte do solo da capital virou cimento e esses extremos de temperatura estão mais frequentes nos últimos anos. Nos últimos nove anos, Brasília bateu seis recordes históricos de calor – dois deles em apenas uma semana, em outubro de 2015. Na capital, as temperaturas mínimas médias subiram 1,85oC e as mínimas, ou seja, as menores temperaturas do ano, subiram 2,6oC desde 1961. O número de dias com umidade do ar abaixo de 30% cresceu 50% e o número de períodos com baixa umidade quase dobrou. Em 2010 havia 48 dias a mais no ano com temperaturas máximas acima de 25oC do que em 1961. A projeção é de que a temperatura suba de 2ºC a 4ºC até 2040.

O aumento na temperatura tem um efeito direto em setores como agricultura, produção de energia e acesso a água potável. Mesmo que chova, as condições do solo para absorver a chuva, depois de três anos secos, é muito baixa. Segundo especialistas, é preciso que chova muito pra reverter as condições do solo.

Brasília recebe primeiro carro elétrico

19 jun 2014
blog, Energia
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Brasília, carro elétrico, CEB

O Distrito Federal recebeu nesta segunda-feira (9) seu primeiro carro elétrico. O veículo será utilizado por equipes de manutenção da CEB. A frota terá quatro automóveis, que vão rodar com autonomia de 120 km.

O DF é a segunda unidade da Federação a receber o projeto. A primeira cidade a implantar o sistema foi Curitiba (PR).

Funcionários da CEB passaram por um treinamento de três dias com instruções sobre o veículo e sua manutenção.

Ainda em fase de testes, foram instalados dois eletropostos, um dentro da sede da CEB, no SIA, e outro no Parque da Cidade. O tempo médio de carga dos veículos é de três horas.

De acordo com o GDF, os veículos elétricos não poluem o ar e são conectados em tempo real a um sistema de mobilidade inteligente. Cada usuário tem um cartão de autenticação que permite recarregar o carro em qualquer eletroposto da rede e também fornecer ao sistema informações sobre a performance do veículo e o carregamento da bateria.

A CEB também terá acesso a dados como distância percorrida, autonomia, consumo, temperatura, localização e impacto do abastecimento na rede de energia.

Bancada Verde Câmara dos Deputados

Plano difícil de cumprir no esgoto

23 dez 2013
blog, Saneamento básico
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Brasília, Plansab, redes de esgoto, saneamento

BRASÍLIA — A empregada doméstica Reny Nunes de Melo, que mora no assentamento Fercal, a 26 quilômetros do centro de Brasília, vive um drama que afeta 43% dos domicílios brasileiros: a falta de redes de esgoto. Em períodos de chuva, principalmente, as fossas dos vizinhos transbordam e o esgoto corre em volta da sua casa. Depois de ficar na gaveta por seis anos, o governo lançou, no início deste mês, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) com o objetivo de resolver o problema da falta de acesso a água e esgoto tratados no país. Mas, na avaliação de especialistas, a proposta é irreal e cheia de falhas, o que ameaça o sucesso da meta de universalização dos serviços em 20 anos.

No caso do esgoto, o Plansab promete elevar a cobertura para 92% da população até 2033. Hoje, apenas 57% dos domicílios brasileiros são ligados à rede de esgoto, mas este número inclui as fossas sépticas. No acesso à água tratada, a meta é estender o acesso a 99% da população, em áreas urbanas e rurais, com aporte de R$ 508,5 bilhões. Porém, o plano não informa como o país dará um salto no nível de execução dos investimentos no setor — tradicionalmente baixo. E está baseado em cenários econômicos bem mais otimistas que o atual, com crescimento elevado e inflação baixa.

O investimento total do Plansab para o saneamento foi projetado num cenário em que o Brasil chegará a 2030 com taxa de crescimento de 4% ao ano e inflação de 3,5%. Porém, este ano o Brasil deve crescer só 2,3% e a inflação deve ser de 5,8%.

No cenário traçado pelo governo, os aportes federais pulariam de R$ 7,9 bilhões em 2011 para R$ 13,5 bilhões em 2014 e 2015 e R$ 17,5 bilhões em 2017, totalizando R$ 300 bilhões até o fim do plano. O restante seria complementado por estados, municípios, operadores privados e financiamentos externos.

Meta exige ampliar aportes em 60%

Nos dois cenários mais pessimistas para a economia, o crescimento é estimado em 3% ao ano e a inflação, em 6% ao ano, com investimentos federais de R$ 220 bilhões entre 2014 e 2033. O documento admite que, neste caso, haveria necessidade de aperto monetário para controlar a inflação e dificuldades de implementação de políticas públicas, com retração dos investimentos, mas mantém inalteradas as metas de universalização dos serviços.

— O Plansab é mais um protocolo de intenções do que um planejamento de longo prazo que se propõe, de fato, a atingir a meta de universalizar os serviços. É uma carta de intenção, porque está muito distante da realidade — disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), José Carlos Barbosa.

De acordo com o Plansab, nos próximos cinco anos, o país terá de investir R$ 87,5 bilhões em saneamento, uma média anual de R$ 17,5 bilhões. Entre 2003 e 2011, foram contratados R$ 79,879 bilhões, mas desembolsados R$ 43,448 bilhões, o que equivale a R$ 4,8 bilhões por ano. Mesmo quando se analisam os projetos incluídos no PAC, que têm prioridade, a situação não é diferente: dos R$ 40 bilhões anunciados para o setor, entre 2007 e 2010, o Ministério das Cidades selecionou 1.700 projetos, num total de R$ 35,6 bilhões, mas foram executados somente R$ 9,8 bilhões, contando recursos só da União (média de execução de 31%).

Para especialistas, olhando a evolução da cobertura dos serviços de tratamento de água e esgoto e a média de investimento anual, nos últimos dez anos (entre 2002 e 2012), fica claro que as metas do Plansab não são factíveis. Nesse período, o índice de cobertura do serviço de água tratada subiu 2,4% e foram investidos R$ 28 bilhões, ou seja, foram gastos R$ 12 bilhões para cada ponto percentual a mais na cobertura. O índice está hoje em 84% e, para chegar a uma cobertura de 99%, por exemplo, será preciso investir por ano mais de três vezes o valor médio aplicado na última década, algo em torno de R$ 9 bilhões. Mantido o ritmo atual, o país chegaria a 2030 com cobertura de 88%.

No caso do esgoto, que hoje tem cobertura de 57%, a situação é ainda mais complicada: nos últimos dez anos foram investidos R$ 33 bilhões, ou seja, foram gastos em média R$ 3 bilhões por ano. Para alcançar a meta pretendida, seria preciso ampliar o investimento em mais de 60%. Mantido o ritmo atual, o Brasil chegará a uma cobertura de 76% em 2030. Segundo cálculos da Aesbe, nesse ritmo a universalização levaria 57 anos.

— O cheiro é insuportável e não tem o que fazer. Tem que esperar secar — reclama Reny Melo, que precisa conviver com o esgoto a céu aberto.

Vizinha de Reny no assentamento Fercal, em Brasília, a dona de casa Edna Aquino de Sousa contou que um caminhão jogou brita e pedras em cima da fossa para abafar o mau cheiro. Ela disse que as crianças adoecem com frequência e atribui o problema à falta de rede de esgoto:

— Os meninos adoecem muito. Têm diarreia e virose. Acho que é o esgoto.

Outra crítica ao Plansab é a falta de prioridade para ações destinadas ao tratamento do esgoto, um problema grave no Brasil e de solução onerosa. Estima-se que mais da metade do esgoto produzido no país é jogada diretamente em rios e no mar, poluindo o ambiente e mananciais.

— Isso agrava a escassez hídrica e encarece a conta de água para os consumidores — disse o economista Marcos Thadeu Abicalil, especialista sênior de Água e Saneamento do Banco Mundial.

— O plano apresenta medidas muito amplas e genéricas no sentido de orientar a efetiva execução dos investimentos necessários à universalização do saneamento no Brasil — observa o economista Gesner Oliveira, sócio da Go Associados e especialista na área.

Para ministério, cenário é factível

O Ministério das Cidades rebateu, em nota, as críticas ao Plansab: “No entendimento técnico do Ministério das Cidades, o plano é real, os cenários trazem uma visão factível e fortalecem o plano. Ademais, o monitoramento e avaliação do plano será permanente e sistemático para que possam ser identificadas possíveis distanciamentos da realidade prevista, de forma a se fazer as correções necessárias”.

Segundo o presidente da Aesbe, o governo precisa deixar claro quanto a União vai aplicar no setor, a fundo perdido, para ajudar estados onde a situação é mais grave e nos quais não há capacidade de endividamento, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O Globo

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