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Uma homenagem à Herbert Daniel

Hoje, 14 de dezembro, é a data em que é comemorado o aniversário de Herbert Eustáquio de Carvalho, mais conhecido como Herbert Daniel, figura fundamental na formação do Partido Verde e da Fundação Verde Herbert Daniel que, inclusive, carrega seu nome. Nascido em 1946, em Belo Horizonte, participou da formação do PV junto com Fernando Gabeira e outros ex-militantes e exilados do período da ditadura militar. Foi escritor, sociólogo, jornalista e guerrilheiro brasileiro, integrante da luta armada contra a ditadura militar instalada no país entre 1964-1985. Foi vice-presidente do DCE da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) enquanto estudava Medicina. Antes de ajudar na fundação do Partido, em 1986, candidatou-se a deputado estadual pelo PT do Rio de Janeiro, não obtendo votação suficiente para sua eleição.

Militou nas organizações paramilitares POLOP, Colina, VAR Palmares e VPR. De acordo com seus companheiro de lutas, Daniel foi, durante um período, o líder intelectual da VPR. Herbert Daniel foi o último exilado do regime militar instaurado em 1964 a ser anistiado. Foi também um ativista pela ecologia e pelos direitos dos homossexuais.

Morreu em 1992, no Rio de Janeiro, vítima de complicações causadas pela AIDS. O legado que Herbert Daniel deixou para a humanidade foi sua luta para desarmar e entender o pânico e, às vezes, a violência causada pela complexidade cultural da linguagem distorcida associada à AIDS. Herbert imaginou outras possibilidades mais lúcidas e humanas sobre as relações sociais, médicas e trabalhistas.


Sugeriu respostas solidárias para o desafio do convívio da humanidade sobre viver com AIDS. Imaginou poder difundir outras vertentes de se vivenciar a AIDS, de se promover a participação social e política em prol do redirecionamento da concepção ideológica do estigma e do desterro, da necessidade de se difundir a informação da prevenção e da responsabilidade da participação governamental defronte a uma epidemia que coloca em risco a vida de milhares de brasileiros. Seu discurso era também sua imagem. Usou sua coragem como poucos para mostrar seu rosto e dizer através dos meios de comunicação que ser portador do vírus da AIDS não significa, necessariamente, a morte civil.