Mais de 300 pessoas das Fundações Verde Herbert Daniel (PV), João Mangabeira (PSB) e Astrojildo Pereira (PPS), além de filiados de seus respectivos partidos e simpatizantes se reuniram esta semana (04.05), na Câmara Municipal de São Paulo, para a Segunda Edição do Seminário ‘Diálogo Brasil: Reflexões sobre a Crise e os Caminhos democráticos”. O objetivo do encontro foi discutir a crise no país, refletir e apontar caminhos democráticos para enfrentá-la.
O presidente do Partido Verde, José Luiz Penna destacou que a posição do Partido é clara em relação ao atual momento político e pediu o impeachment do Presidencialismo de Coalizão imediatamente. “ Quem é que cria partidos sem conteúdo? Que faz alianças fisiológicas? O Presidencialismo de Coalisão, num país sofisticado como o nosso é simplesmente uma excrescência. Então temos vários partidos com uma única função de dar a maioria ao Governo Federal, e a cada quatro anos os brasileiros elegem um déspota que pode mandar no estado e no governo. Isso é a fonte da corrupção e do esvaziamento do discurso político. Temos que colocar o dedo na ferida, não somos radicais, queremos negociar, mas o que está aí, nós não queremos que se perpetue, a sociedade brasileira não aguenta mais”, analisou Penna, em sua fala.
Durante as palestras e debates referentes à Reforma Política, o ex candidato do PV a Presidência da República, Eduardo Jorge, que também fez o uso da palavra, destacou a legitimidade da representação nas ruas e a importância desse momento democrático para o país. “Nós do PV desde que apresentamos nosso programa em 2014 queremos mudanças de base e estruturais em relação ao que está posto atualmente. Para o PV o impeachment não é golpe como o atual governo quer deixar entender e que quando era oposição vivia pedindo o ‘fora isso, fora aquilo’. A pessoas que vão para as ruas se manifestarem têm o direito de fazê-lo. O impeachment é constitucional e legitímo sim, agora é preciso deixar a justiça apurar, aqui é democracia, aqui não tem linchamento e o resultado que se chegará ao final do processo é que dirá se há ou não base para o impeachment”, comentou Eduardo Jorge.
O Seminário também contou com professor do Departamento de Ciência Política da USP, José Álvaro Moisés que analisou que o momento é de repensar a maneira como se estabelecem as relações na política, e amadurecer o discurso e as práticas. “Todos nós somos convidados a entrar em contato com o que seria a Crise de Governo e pensar suas práticas. A crise apareceu com muita força no fato da presidente assumir e imediatamente quase que exaurir o seu capital político, numa eleição extremamente aguerrida e não faltou desequilíbrio forte. A crise remete para o conflito entre o Executivo e o Legislativo, não havendo espaço para a governança.”
Participaram também do Seminário, o presidente da Fundação Verde, Marco Mroz, o diretor financeiro, José Carlos Lima, e diretor técnico, José Paulo Toffano; além de outras lideranças como o vice presidente de relações governamentais do PSB, Beto Albuquerque, vice-governador de São Paulo, Márcio França, presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, presidente do PPS, Roberto Freire, presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira, Alberto Aggio, presidente da UGT, Ricardo Patah, Clemente Gans (Dieese), e convidados da Federação da Indústria do Estado de SP (Fiesp) e o Movimento Brasil Livre (MBL); parlamentares federais, estaduais e vereadores de São Paulo.
EDIÇÕES – O Seminário “Diálogo Brasil: Reflexões sobre a Crise e os Caminhos Democráticos” é realizado em cinco edições, que percorrerá cada região do Brasil, com a participação de instituições e movimentos da sociedade civil, sempre com transmissões ao vivo na internet.
Você pode assistir os vídeos das falas do Eduardo Jorge e Luiz Penna
Camila Caetano