Segundo a Statkraft, a energia solar se tornará a fonte mais utilizada a partir de 2035. A companhia prevê que essa tecnologia de geração ultrapasse a hidrelétrica, eólica e carvão, por meio da redução dos custos de produção, maior flexibilidade quanto à localização das usinas e facilidade na construção destas.
O estudo realizado também prenuncia que, até 2050, a capacidade no segmento de energia mundial irá triplicar. As energias renováveis possuem um papel importante nesse cenário, visto que esse crescimento deverá acontecer por meio delas. A pesquisa indica que a energia solar irá crescer, em média, 12% ao ano, ao passo que a energia eólica aumentará em mais de 8% ao ano. No entanto, a energia hidrelétrica avançará de modo mais lento, com uma média de 1,5% ao ano.
De acordo com o relatório, em 2050, caso as tecnologias de baixa emissão estejam em vantagem, 80% do total de geração de energia global será composto pelas energias renováveis. Desse percentual, 66% será produzido por fontes variáveis, tais quais eólica e solar.
Além da mudança climática, a baixa dos custos e a maior capacidade das energias renováveis estimulam essa transição energética.
“Como o nosso país já possui grande parte de sua matriz energética baseada em renováveis, podemos dizer que passaremos por uma transição energética, e não por uma transformação completa, como acontecerá em alguns outros locais”, afirma Fernando De Lapuerta, CEO da Statkraft no Brasil, mostrando a similaridade das expectativas no Brasil.
O executivo analisa que, até 2030, as fontes solar e eólica irão suprir 20% do total da eletrificação brasileira, podendo chegar a 35% até 2050. Para ele, o fato de, mesmo com o aumento contínuo da população e da economia, a perspectiva da procura por energia primária em 2050 estar no mesmo nível do atual, contando com um aumento até 2030 e se mantendo estável antes de sofrer uma queda nos 20 anos seguintes, é um dos mais curiosos desse novo estudo.
As reduções em emissões de carbono nos setores de indústria, construção e transporte serão permitidas pela maior oferta de equipamentos abastecidos por eletricidade. O estudo também carrega a expectativa de que, em 2050, praticamente todos os novos veículos serão fomentados pela energia elétrica e 60% dos automóveis mais pesados irão trabalhar por meio de hidrogênio ou baterias. Além disso, quando não for mais possível contar com a eletricidade para os processos industriais de elevado aquecimento ou para o transporte de longa distância, haverá o protagonismo das variadas formas do hidrogênio livre de emissão, como a amônia.
Ainda segundo as análises dessa pesquisa, o futuro contará com o destaque do uso das baterias, que terão seus custos reduzidos em 70%, visto que haverá uma grande adesão aos veículos movidos por energia elétrica. A partir do carregamento inteligente EV, a flexibilidade demandada pelos mercados de energia será suprida pela atuação das baterias.