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Agricultores aperfeiçoam formas de captar e armazenar água da chuva

O Semiárido brasileiro é o mais populoso do mundo, com 22 milhões de habitantes, e também o mais chuvoso do Planeta. A média pluviométrica varia de 200 mm a 800 mm anuais, dependendo da região. As chuvas, porém, são irregulares no tempo e no espaço. Além disso, a quantidade de chuva é menor do que o índice de evaporação, que é de três mil mm/ano, ou seja, a evaporação é três vezes maior do que a chuva que cai. Isso significa que as famílias precisam se preparar para a chegada da chuva. Ter reservatórios para captar e armazenar a água é fundamental para garantir segurança hídrica no período de estiagem, a exemplo das cisternas domésticas e das cisternas-calçadão. Mas há outras.

Aí entra a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), uma rede de organizações sociais com a missão de “fortalecer a sociedade civil na construção de processos participativos para o desenvolvimento sustentável e a convivência com o Semiárido, referenciados em valores culturais e de justiça social”.

Primeira água

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), criado e executado pela sociedade civil, promove a descentralização das estruturas de abastecimento de água e, consequentemente, a sua democratização. O objetivo é levar água de qualidade para cinco milhões de pessoas e demonstrar que o Semiárido é uma região viável. Esse cálculo, feito há alguns anos, teve como base a quantidade de pessoas que viviam no Semiárido. A cisterna é a garantia de água para beber e cozinhar durante a estiagem, sem precisar pagar nem pedir favor.

Segunda água

Já o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) tem como objetivo fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no Semiárido brasileiro e promover a soberania, a segurança alimentar e nutricional e a geração de emprego e renda entre as famílias agricultoras por meio do acesso e do manejo sustentáveis da terra e da água para a produção de alimentos. O 1 significa terra para produção. O 2 corresponde a dois tipos de água – a potável, para consumo humano, e água para produção de alimentos. O P1+2 integra o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido da ASA e congrega o P1MC.

Adequação

Sociólogo e coordenador do P1+2, Antonio Barbosa explica que o Brasil deve atingir a meta de 1 milhão de cisternas no fim deste ano. O cálculo da necessidade no entanto, foi atualizado para 1.280.000 e, já que a agricultura familiar camponesa soma 1,5 milhão de famílias no País, calculasse a necessidade de avanço também na construção de tecnologias de segunda água para a produção.

Ele explica que, como a realidade predominante é de pouco espaço, o mais viável é a construção no quintal, o que potencializa o entorno e, neste caso, a tecnologia mais viável é a cisterna calçadão. Daí, de 100 mil tecnologias de captação e armazenamento, mais de 50% são do tipo.

A segunda tecnologia mais empregada é a cisterna enxurrada, ideal para a produção no quintal, pequenos roçados e criação de animais.

Na sequência, vem a berreiro-trincheira, a que mais acumula água, em torno de 500 mil litros, quase dez vezes a quantidade da cisterna calçadão (52 mil litros). A questão é que necessita de espaço, com profundidade mínima de três metros.

Já a barragem subterrânea, é mais difícil de localizar, depende do tipo de solo, profundidade. Em compensação, garante melhores resultados, tanto para uso doméstico quanto para manutenção de plantios e criação de animais.

A ASA não tem trabalhado com barraginha; a bomba d’água popular é mais utilizada em situações de emergência; e o tanque de pedra depende da formação rochosa, sendo normalmente de uso comunitário. Mais fácil de localizar, consegue “dialogar” com um conjunto de outras tecnologias.

Fonte: Diário do Nordeste

1 Comment

  • Rossana Albuquerque Coelho Netto
    Posted 30 de setembro de 2016

    Qual a razão para a não adoção das barraginhas?

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