O ano de 2021, assim como 2020, foi difícil para o Brasil e o mundo. No dia 15 de dezembro de 2021, éramos 617 mil mortos. Sim, éramos, porque cada um de nós, brasileiros, morreu um pouco com todas essas vidas desperdiçadas, não somente por termos perdido amigos e familiares, mas pela empatia, pela dor coletiva.
Muitos de nós perdemos a esperança por dias melhores. Outros se uniram e estenderam as mãos para ajudar quem não tinha socorro algum. A edição 35 da nossa revista Pensar Verde trouxe o tema “A esperança feita por e para os brasileiros”, em que apresentamos pessoas comuns imbuídas de amor, de generosidade, de união, de compaixão e de muita força.
Nós da Fundação Verde Herbert Daniel sabemos de toda a dor, de todo o cansaço, de toda a batalha empenhada neste ano, mas também acreditamos que se estivermos juntos tudo fica mais fácil. Mais uma vez, terminamos um ano na expectativa de que o ano seguinte nos seja ao menos mais leve, mas que não nos esqueçamos: nada chega até nós se nós não construirmos, se não buscarmos, se não nos movermos. Mais uma vez o esperançar de Paulo Freire, a esperança que constrói, que age, que é sinônimo de ação.
Não adianta reclamarmos do governo, da gasolina alta, da inflação descontrolada, da pobreza, do desemprego, da destruição da natureza se, na hora do voto, estivermos, mais uma vez, cegos. Sim, cegos pelo ódio ou pela ignorância. Porque é preciso ler sobre os candidatos, ver o que fizeram em suas gestões, seja na carreira política ou não. O que eles propõem? Qual seu histórico político? Quais suas crenças filosóficas e sociais? Como eles veem a nossa população negra, que é maioria neste país, as comunidades LGBTQIA+, as mulheres? Qual a proposta para reduzir a vergonhosa desigualdade social no Brasil e a violência? Quais as propostas para a saúde, a educação, o meio ambiente, o desenvolvimento sustentável do país, gerando emprego e renda?
Em 2022, vote consciente
O voto é nossa maior arma, entretanto ele pode se virar contra nós se não soubermos usá-lo. Em 2022, mais uma vez, teremos a chance de ir às urnas eleger: presidente e vice-presidente da República, 27 governadores e vice-governadores dos estados e do Distrito Federal, 27 senadores e 513 deputados federais, além dos deputados estaduais e distritais.
A nossa responsabilidade é imensa, e não somente com nossos bairros, cidades, estados, país. Nosso voto interfere no mundo. Como? Um governo irresponsável ambientalmente põe a perder não somente acordos econômicos com outros países, mas também aumenta a pegada de carbono do Brasil. Desde o início do atual governo, contribuímos muito para o aumento das emergências climáticas provocadas pelo aquecimento global.
E o que nós temos a ver com o aquecimento global, com o desmatamento da Amazônia, do Cerrado e de outros biomas? Tudo. A enchente que chega à nossa porta, o calor insuportável, os incêndios incontroláveis, a seca, as doenças e pandemias… tudo isso está intimamente ligado à destruição da natureza e ao aquecimento de nosso planeta Terra. Então, é mais do que certo e justo também atuarmos para que esses danos sejam reduzidos, tanto por meio da ação individual quanto coletivamente, e o voto é um desses caminhos.
Depois, devemos acompanhar as ações, cobrar daqueles que elegemos. É um direito e um dever nosso. O dinheiro é público e deve ser usado em ações voltadas à população. Não troque, não venda, não barganhe, não anule seu voto. Ele faz parte da nossa esperança por um Brasil de todos e não somente de alguns poucos favorecidos.
Que venha 2022! E que tenhamos consciência de nosso papel na sociedade, porque todos nós somos importantes, todos nós podemos fazer a diferença. A mudança deve começar em nós, ao nosso redor, e a consciência da importância de nossas ações é a mais fundamental delas. Governos não fazem milagres e não estão aqui para nos dar tudo, muito pelo contrário. Todavia, se forem bem escolhidos eles nos darão as ferramentas necessárias (educação, saúde, lazer, emprego e renda, segurança, transporte, acessibilidade, desenvolvimento sustentável) para fazermos nosso mundo e o de todos os brasileiros ser bem melhor. Façamos a nossa parte, por nós e pelo mundo.
Boas festas e um feliz ano novo!
Conselho Curador e Diretoria