Esse ano os brasileiros terão mais uma chance de mudar um pouco o cenário político nas eleições em outubro. O problema é que, de acordo com a pesquisa Datafolha, 61% dos entrevistados são contra o voto obrigatório e destes, 57% não votariam se tivessem essa opção. O Datafolha ouviu 2.844 pessoas entre os dias 7 e 8 de maio.
O índice de rejeição nunca foi tão grande na história brasileira, que faz esse tipo de levantamento desde 1989 e nunca teve o valor superior a 50% de pessoas que não votariam se tivessem essa escolha. A pesquisa comprova a falta de credibilidade da sociedade nos políticos brasileiros e a necessidade de uma reforma política urgente.
A faixa etária mais contrária ao voto obrigatório, previsto no artigo 14 da Constituição Federal, é o eleitorado com idade entre 45 a 59 anos, no qual a opinião desfavorável à obrigatoriedade chega a 68%. Dos jovens que têm entre 16 e 24 anos, a rejeição é de 58%, um índice alto em relação aos padrões anteriores.
Ainda de acordo com a pesquisa, dos eleitores que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos, 68% são contra. Entre os que têm ensino superior, 71% rejeitam. Segundo a análise de alguns cientistas políticos, essa rejeição pode estar sendo causada insatisfação da população com a atual gestão.
A pesquisa também fez o cruzamento de dados de intenção de votos. Os eleitores de Dima Rousseff (PT), que apresenta 37% das intenções de votos, 43% disseram que não compareceriam às urnas se as eleições não fossem obrigatórias. Já Aécio Neves (PSDB), que tem 20% das intenções de voto, 58% deixariam de votar sem a obrigatoriedade. Entre os eleitores de Eduardo Campos (PSB), que tem 10%, 62% não compareceriam.