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Como adotar hábitos alimentares sustentáveis e saudáveis

Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Veganismo (1º/11), a Fundação Verde Herbert Daniel traz algumas informações importantes para tornar sua alimentação mais sustentável e saudável na prática. 

Os hábitos alimentares vão muito além daquilo que comemos cotidianamente. Pode não parecer, mas nossas escolhas alimentares estão intimamente relacionadas a questões ambientais, econômicas e de saúde.

Os impactos dos hábitos alimentares no meio ambiente são cada vez mais visíveis. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), um terço de todos os gases de efeito estufa (GEE) emitidos por ações humanas no planeta deve-se à produção mundial de alimentos – mais de 17 bilhões de toneladas de GEE por ano.

A agropecuária brasileira foi responsável pela emissão de 601 milhões de toneladas de GEE em 2021 segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima.

Não há dúvidas de que o presente formato de produção de alimentos é um dos responsáveis pela imensa liberação de gases na atmosfera, consequentemente, pela crise climática.

Um estudo de pesquisadores da USP publicado na revista científica Nutrients em setembro de 2021 mostrou que uma alimentação mais baseada em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e oleaginosas – e menos em carnes vermelhas, laticínios, tubérculos, açúcares de adição e gorduras animais – pode ser tão saudável ao planeta quanto ao nosso corpo.

Esse tipo de dieta também diminui o risco de sobrepeso e obesidade e as chances de derrame, infarto, câncer, entre outras doenças. Além disso, em geral, é mais barata do que a alimentação de origem animal.

Sem mudanças radicais em nossos atuais padrões alimentares, não garantiremos nutrição e saúde para o contingente populacional de cerca de 10 bilhões de pessoas previsto até 2050, o que acarretará uma elevação de até 70% da fome no mundo.

Adotar hábitos alimentares sustentáveis pode garantir uma dieta mais saudável, minimizar os impactos da crise climática e ajudar no combate à fome e ao desperdício de comida.

É claro que isso pode ser bastante complexo, porque envolve considerar se o alimento é seguro, adequado e balanceado, ou seja, se proporciona saúde e bem-estar, se tem baixo impacto ambiental, se é culturalmente aceitável e economicamente acessível.

Pensando nisso, na semana em que se comemora o Dia Mundial do Veganismo (1º/11), a Fundação Verde Herbert Daniel separou algumas informações importantes para tornar sua alimentação mais sustentável e saudável na prática.

Comida de verdade. Crédito: Freepik.

  1. Opte por comida de verdade

A comida de verdade é aquela que não sofreu alterações em seu estado natural, por isso chamada in natura ou sem rótulo. São alimentos saudáveis, sem aditivos químicos e, normalmente, não processados, como ervas, sementes, frutas, legumes, verduras, carnes, óleos vegetais, carnes, ovos.

Os alimentos não saudáveis são aqueles que passam por algum processo de modificação, com adição de açúcar, sal ou substância química para, entre outras coisas, aumentar a durabilidade e a palatabilidade. São os industrializados processados (pouco modificados em relação à forma in natura) e ultraprocessados (bastante modificados em relação à forma in natura).

Além do valor nutricional, a comida de verdade melhora o funcionamento do sistema digestivo e do sistema imunológico, diminui o risco de má nutrição, promove perda de gordura e peso. Uma dieta baseada em comida industrializada, por sua vez, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial.

A recomendação, então, é evitar refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, sucos de caixinha, sorvetes, cereais matinais açucarados, salsicha, mortadela, iogurtes saborizados, congelados prontos para aquecimento, grãos refinados e gorduras saturadas.

O Pnuma vem mostrando que a ingestão excessiva de alimentos não saudáveis tem aumentado no mundo todo. E a de alimentos saudáveis tem diminuído. Isso representa um risco global para a saúde humana – e do planeta! –, portanto é urgente adotar hábitos alimentares mais sustentáveis e saudáveis.

Refeição diversificada e equilibrada. Crédito: Freepik.

  1. Busque diversidade e equilíbrio

Em geral, nossos hábitos alimentares são limitados e repetitivos. Há milhares de espécies de plantas no mundo, mas cultivamos pouco mais de 150 para consumo humano. E apenas três equivalem a mais da metade dos vegetais consumidos mundialmente: o milho, o arroz e o trigo.

Praticamente toda comida processada e ultraprocessada hoje é feita à base desses três alimentos. Além disso, grande parte do milho e da soja produzidos no mundo atualmente é para alimentar gado.

Um dos maiores problemas disso é que esses alimentos são cultivados praticamente da mesma forma e quase sempre nos mesmos locais. Essa falta de criatividade para diversificar nossos hábitos alimentares tem impacto direto no meio ambiente e na nossa saúde.

Então, adotar hábitos alimentares mais sustentáveis e saudáveis, passa por diversificar o cardápio sem perder o equilíbrio nutricional.

Você não precisa aderir ao veganismo, mas aumente o consumo diversificado e equilibrado de alimentos à base de plantas (frutas, legumes, verduras e grãos) – de preferência, frescos, da estação, orgânicos, produzidos localmente e com certificação de produto sustentável – e diminua (ou pare) o consumo de produtos de origem animal (ovos, carnes, leites e derivados).

Elementos nutricionalmente ricos e geralmente descartados. Crédito: Freepik.

  1. Reduza o desperdício de comida

Pelo menos um terço de todos os alimentos produzidos para consumo humano são perdidos ou desperdiçados por ano no mundo. Algo em torno de 1,3 bilhões de toneladas de comida. Cerca de 20% desse desperdício vem das residências.

Para evitar o desperdício de alimentos, é necessário adotar alguns hábitos como organizar a geladeira, comprar apenas o necessário, planejar as compras de alimentos, utilizar todos os recursos de um alimento (talo, folha, caule, fruto, semente), cozinhar o que tem em casa e reaproveitar sobras de comida.

A mudança de hábitos alimentares pode ser difícil por vários fatores. Comece aos poucos. Vá lentamente. Mantenha a estabilidade e a consistência. Ah, e beba bastante água!

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Fontes: PNUMA e Nutrients