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Conselho Indigenista Missionário lança relatório sobre violência contra povos indígenas

Dados mostram grave resultado da política anti-indigenista de Jair Bolsonaro para o País

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou o relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil (2021) no início deste mês (17/8) em evento na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) transmitido pelo canal do conselho no YouTube.

Resultado de uma pesquisa coordenada pela cientista social Lucia Helena Rangel, o documento apresenta dados que mostram o grave resultado da política anti-indigenista de Jair Bolsonaro para o País.

Além disso, traz artigos analíticos da situação de abandono, violência e desrespeito a que os povos indígenas têm sido submetidos no país.

O relatório é publicado anualmente desde 2003. Na edição deste ano, com dados referentes a 2021, é nítido o aumento das ofensivas contra os direitos constitucionais indígenas desde o início do mandato do atual presidente.

A paralisação de demarcações de terras indígenas; a omissão do Estado em relação a invasões, assassinatos, exploração ilegal de recursos e danos ao meio ambiente; o desmonte de órgãos de fiscalização e proteção ao meio ambiente e a anistia de multas ambientais são apenas algumas dessas ofensivas.

As arbitrariedades cometidas pelo governo da “boiada” estão materializadas nas mais de 800 terras aguardando demarcação, nos 1294 casos de violência contra o patrimônio indígena, nos 305 casos de invasão em pelo menos 226 terras indígenas de 22 estados brasileiros – quase três vezes maior do que os 109 casos registrados em 2018.

Em 2021, houve não só aumento dos casos de terras afetadas pela ação ilegal de exploradores (garimpeiros, madeireiros, caçadores, pescadores, grileiros), mas também intensificação da truculência dos invasores – 176 indígenas foram assassinados, 148 cometeram suicídio, 744 crianças indígenas de 0 a 5 anos morreram; foram registrados 355 casos de violência contra a pessoa indígena e 221 casos de violência por omissão.

De acordo com o relatório, “na Terra Indígena (TI) Yanomami, onde é estimada a presença de mais de 20 mil garimpeiros, os invasores passaram a realizar ataques armados sistemáticos contra as comunidades indígenas, espalhando um clima de terror e provocando mortes, inclusive de crianças.”

A publicação também traz dados sobre os efeitos da crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19 na vida dos indígenas brasileiros – de um total de 5323 mortes registradas, 847 foram de Covid-19 –, além de uma proposta de reflexão sobre mecanismos de reparação e não repetição de violações contra esses povos.

Por Caroline Cardoso – Comunicação FVHD

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