Assembleia para o Meio Ambiente da ONU, COP 26, COP 15, oceanos, EUA versus meio ambiente e o Brasil com seu saldo negativo de 2020 estão entre os destaques
Depois de um ano como 2020, muitas apreensões, esperanças e expectativas recaem sobre 2021, o início de uma década que já começa dando sinais do que poderá vir na direção do Brasil e do mundo.
A emergência climática desponta como um dos grandes assuntos a serem discutidos durante os próximos dez anos, ainda mais se avaliarmos o impacto dos danos ao meio ambiente sobre a vida dos seres humanos – a Covid-19 ainda está aqui para nos lembrar do que poderemos enfrentar em um futuro não muito distante.
Mas o que teremos de fato na agenda ambiental global se nada mais interferir em seu andamento, assim como ocorreu em 2021 em consequência da pandemia? E qual cenário espera o Brasil?
O ano passado marcou o fim da Década da Biodiversidade e deu início, este ano, à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, proclamada em 2017 pela Assembleia Geral das Nações Unidas
O objetivo é honrar um dos compromissos firmados na Agenda 2030, com foco no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 – Vida debaixo d’água. O foco é a conservação dos recursos marinhos, o que, resumidamente, passa pela despoluição, regras para a pesca e acesso ao mar.
Entre os eventos deste ano estão a COP 26, a COP 15 e a 5ª Assembleia para o Meio Ambiente da ONU, que ocorrerá de 22 a 26 de fevereiro em Nairóbi, no Quênia. O tema será “Fortalecer as ações pela natureza para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Já a próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) será realizada em Glasgow, Escócia, entre os dias 1º e 12 de novembro. Participarão representantes de cerca de 200 governos com o objetivo de acelerar a ação climática para cumprir o Acordo de Paris. A conferência estava prevista para 2020, porém foi adiada por causa da Covid-19.
E a 15ª Conferência das Partes (COP 15) da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), que seria realizada em outubro, na China, ocorrerá de 17 a 30 de maio, em Kunming, na província de Yunnan. A meta é adotar a nova Estratégia Global de Biodiversidade para o período de 2021 a 2050.
Além das conferências, temos também o impacto das eleições dos Estados Unidos. O país deve retornar ao Acordo de Paris, dando nova reviravolta, com o fortalecimento da política ambiental no planeta e influenciando diretamente países como o Brasil.
Por aqui, 2021 começa com um saldo bastante negativo depois dos estragos ocorridos em 2020. Com o país ainda sob o comando de Jair Bolsonaro, muito provavelmente será mais um ano muito difícil para o meio ambiente, em uma luta para conseguirmos proteger minimamente nossos biomas contra madeireiros e garimpeiros ilegais, contra incendiários e aqueles que desrespeitam os regulamentos ambientais.
O mundo continuará com os olhos bem abertos sobre a Amazônia, as novas formas de consumo prosseguirão no centro dos debates, assim como a economia verde, as cidades sustentáveis e as discussões científicas sobre o possível surgimento de novas doenças a partir da destruição da natureza.
Espera-se, portanto, que 2021 seja um ano de grandes desdobramentos a favor do meio ambiente. Quanto ao Brasil, o melhor é unirmos forças contra um inimigo em comum: o próprio governo federal.