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Hoje é dia de celebrar o orgulho de ser…

No Dia Internacional do Orgulho LGBTPQIA+, a Fundação Verde convida os leitores a refletirem sobre o orgulho de ser pessoa, profissional, pais, amigos…

O estudante de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Herbert Eustáquio de Carvalho, nascido no dia 14 de dezembro de 1946, em Belo Horizonte, foi um dos líderes intelectuais da Vanguarda Popular Revolucionária durante a ditadura militar de 1964. Nessa época, Herbert assumiu a sua homossexualidade. Enfrentou a violência da ditadura e a homofobia dos companheiros de guerrilha.

Ele foi um dos revolucionários brasileiros obrigados a se exilar devido à perseguição dos militares. Morou em Portugal e na França, onde se tornou jornalista. Adotou o codinome Daniel durante o exílio e depois o incorporou ao seu nome – Herbert Daniel.

Voltou ao Brasil em 1981 como membro do Partido dos Trabalhadores (PT). A sua militância em favor dos direitos dos homossexuais e da ecologia o levou a participar da fundação do Partido Verde com outros dissidentes do PT em 1986.

“Eu sou escritor, homossexual e estou doente de Aids. Isso me torna um cidadão absolutamente comum, um brasileiro como quase todos os outros: oprimido, mas cheio de esperança.” Herbert Daniel

Morto em 1992 em decorrência de HIV/Aids, além da militância, Herbert atuou como autor, dramaturgo, escritor e jornalista. Ele manteve um relacionamento de 20 anos com o artista gráfico Cláudio Mesquita. Em sua homenagem, a Fundação Verde ganhou o nome Herbert Daniel.

Muitas histórias, uma única luta por respeito e direitos

Há 50 anos, no dia 28 de junho, começou a se desenhar, em Greenwich Village, nos Estados Unidos, um movimento de luta de gays, lésbicas, travestis e drag queens contra a repressão policial à homoafetividade em uma rebelião que durou seis dias e ficou conhecida como Stonewall Riot. Ali teve início o movimento LGBT contemporâneo, e instituiu-se o dia 28 de junho como o Dia Internacional do Orgulho LGBT: uma data de celebração de vitórias e conquistas – e de muita luta! – para essa comunidade em todo o mundo.

No Brasil, o marco do movimento homossexual foi 1978 com a criação do coletivo “Somos – Grupo de Afirmação Homossexual”, em São Paulo. Estávamos em plena ditadura militar, mas as lutas políticas travadas pelo Somos em favor do reconhecimento e do respeito à diversidade sexual e de gênero se espalharam pelo país.

Não podemos deixar de citar o importante papel do jornal O Lampião da Esquina. Idealizada por um grupo de intelectuais homossexuais em 1978, a publicação militava contra os preconceitos e em favor dos direitos civis da comunidade homossexual brasileira. Na década de 1980, foi criado o Grupo Gay da Bahia, cujas lutas têm sido de extrema importância para as conquistas do movimento no país. Na década de 1990, o movimento LGBT cresceu e vem se diversificando desde então.

Com o desenvolvimento e a ampliação de estudos sobre sexualidade e gênero em todo o mundo, a luta LGBTPQIA+ ganhou novos contornos, abarcando lésbicas, gays e bissexuais, travestis, transsexuais, transgêneros, pansexuais, queer, intersexo, assexuais e pessoas que não se sintam representadas por nenhuma dessas denominações.

“Me orgulho de ser uma pessoa do mundo, um prestador de serviços na área de saúde, ensinar meus alunos que necessitam aprender outro idioma. Me orgulho de ser um brasileiro. Me orgulho de ser um cidadão do mundo.” Iran Lima

Neste 28 de junho de 2021, Dia Internacional do Orgulho LGBTPQIA+, convidamos nossos leitores a refletir sobre a importância de valorizarmos e respeitarmos a pessoa, pois, por trás de qualquer um desses rótulos, estão pessoas: cidadãos que pagam impostos e têm direitos, profissionais de todas as áreas que merecem respeito e legitimação de sua existência.

Veja o recado que o professor de línguas e técnico em enfermagem Iran Lima nos manda diretamente dos Estados Unidos, onde vive há 30 anos.

 

Celebremos o orgulho de ser!

“Se você não concorda com o casamento gay, não se case com um gay.” Whoopi Golberg 

Reportagens, filmes e livros sobre o tema

Reportagem Herbert Daniel, o Amor e a Aids nos anos 80, da TV Manchete, sobre Herbert Daniel, exibida em 1988.

Livro Revolucionário e gay: a vida extraordinária de Herbert Daniel – pioneiro na luta pela democracia, diversidade e inclusão, de James N. Green, publicado em 2018 pela editora Civilização Brasileira.

Livro Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola, de Beatriz A. Lins, Bernardo F. Machado e Michele Escoura, publicado em 2016 pela Companhia das Letras.

Livro A morte e a vida de Alan Turing: um romance, de David Lagercrantz, publicado em 2017 pela Companhia das Letras

Documentário Laerte-se, dirigido por Eliane Brum e Lygia Barbosa da Silva, lançado em 2017.

Filme Elisa e Marcela, dirigido por Isabel Coixet, lançado em 2019.

Filme Azul é a cor mais quente, dirigido por Abdellatif Kechiche, lançado em 2013.

Filme Flores raras, dirigido por Bruno Barreto, lançado em 2013.

Filme Má educação, dirigido por Pedro Almodóvar, lançado em 2004.

Filme Madame Satã, dirigido por Karim Aïnouz, lançado em 2002.