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Hoje é o Dia Internacional contra o Fascismo e o Antissemitismo

A data foi escolhida pelo parlamento europeu em alusão à Kristallnacht para garantir que o passado não seja esquecido e fortalecer a luta contra o fascismo.

O Dia Internacional contra o Fascismo e o Antissemitismo é celebrado todo ano no dia 9 de novembro. A data foi escolhida pelo parlamento europeu para garantir que o passado de genocídio no continente durante a Segunda Guerra Mundial não seja esquecido e para fortalecer a luta contra o fascismo em todo o mundo.

Há 84 anos, numa noite de quarta-feira, tropas nazistas destruíram mais de oito mil prédios e casas, incendiaram sinagogas, feriram, prenderam e mataram judeus em várias cidades alemãs.

Esse terrível episódio ficou conhecido como Kristallnacht (‘Noite dos Vidros Quebrados’ ou ‘Noite dos Cristais’) em alusão aos milhares de cacos de vidro que cobriram as ruas após os ataques. Mas se engana quem acredita que esse foi o começo do movimento antissemita.

A opressão, a exclusão e a discriminação dos judeus na Alemanha começaram pelo menos cinco anos antes, em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler, líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (1920-1945), conhecido como Partido Nazista, se tornou chanceler.

O nascimento do Partido Nazista

A gênese do Partido Nazista foi o nacionalismo alemão e o anticomunismo que, mais tarde, associados ao racismo científico e ao paramilitarismo, ganharam contornos ainda mais extremistas e antidemocráticos.

Os nazistas acreditavam numa hierarquia social natural, com domínio das elites, e na superioridade da raça ariana, supostamente a linhagem mais pura de seres humanos, composta por brancos, fortes, altos e inteligentes.

Eles usaram o conceito pseudocientífico de “raça pura” do século 19 para justificar o injustificável: o extermínio dos considerados inferiores ou não arianos.

Assim, o principal alvo deles eram os judeus, mas homossexuais, políticos socialistas e comunistas, ciganos, pessoas com deficiência, refugiados e todos aqueles considerados inimigos do Estado foram vítimas.

A ideologia nazista subsistiu com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e culminou em um dos episódios mais sombrios de nossa história: o Holocausto. Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas foram assassinadas na Europa no período – dos quais seis milhões apenas por serem judeus.

Herança nefasta

O Partido Nazista acabou em 1945, porém deixou uma herança nefasta: a ideologia autoritária baseada no ódio e no extermínio do outro.

Esse primeiro quarto do século 21 tem sido marcado pela ascensão dessa ideologia. Há vários partidos de extrema-direita conquistando espaços de poder na Europa: Democratas Suecos (Suécia), Vox (Espanha), Alternativa para a Alemanha (Alemanha), Fidesz (Hungria), Lei e Justiça (Polônia), Chega (Portugal) e Partido da Liberdade Austríaco (Áustria).

Paradoxalmente, nacionalistas antidemocráticos de extrema-direita têm sido eleitos em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos (Donald Trump), no Brasil (Jair Bolsonaro) e, mais recentemente, na Itália (Giorgia Meloni).

Mas o caso mais grave parece ser o do primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán. Ele ocupou o posto de 1998 a 2002. Retornou em 2010 e foi reeleito três vezes consecutivas (2014, 2018 e 2022).

Um relatório do Parlamento Europeu divulgado em setembro considera a Hungria como uma autocracia eleitoral e não uma democracia devido, entre outras coisas, ao atual funcionamento do sistema eleitoral e do judiciário, à perda de liberdades e à perseguições a grupos vulneráveis, em especial pessoas LGBTQIA+, migrantes e refugiados.

A importância de defender a democracia

É importante ter em mente que, em cada local, grupos com inclinações fascistas buscam bodes expiatórios de acordo com seus interesses.

Na Europa, esse ódio tem sido direcionado principalmente a imigrantes. O fascismo à brasileira está entrelaçado com pautas morais.

O fato é que todos devemos estar atentos aos ensinamentos da história. O Holocausto aconteceu com a aceitação e o apoio silencioso da sociedade.

Diante dessa crescente onda antidemocrática, autoritária, nacionalista, xenófoba no mundo, precisamos, mais do que nunca, legitimar direitos, grupos e diálogos entre os diferentes.

É urgente um compromisso com a alegria e o amor para lutar pela democracia e para que esse passado nunca seja esquecido, mas que sirva de lição para que autoritarismo, perseguições, opressões e genocídios sejam definitivamente enterrados.

Comunicação FVHD

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Fontes:

CNN

Enciclopédia do Holocausto

História do Mundo

Unesco