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Marcha pelos animais marca o 7 de setembro na Europa, América do Norte, Ásia e Oceania

Muito além da dieta vegana, ativistas reuniram-se para pedir direitos iguais e liberdade a todos os animais, humanos e não humanos.

No dia 7 de setembro, 43 cidades espalhadas pelo mundo participaram de uma marcha diferente da que o Brasil está acostumado a ver nesse mesmo dia. Desde 2016, milhares de pessoas participam da Marcha Oficial pelo Direito dos Animais (The Official Animal Rights March), organizada pela britânica Surge (https://surgeactivism.org/).

Com a proposta de unir os veganos e os simpatizantes espalhados pelo mundo para alertar suas comunidades locais em prol do direito dos animais, cerca de 500 pessoas acompanharam a marcha no centro de Dublin, capital da República da Irlanda. Os irlandeses estão na mesma corrente vegano-vegetariana que tem crescido nos países preocupados, principalmente, com os efeitos da mudança climática e com o futuro das florestas e dos animas. Para se ter uma ideia, de 2016 para cá, a marcha cresceu mais de 400%.

Encabeçada pela Wake (https://www.wakeactivism.com/), organização irlandesa que luta pelos direitos dos animais não humanos, o encerramento da marcha contou com a palavra de vários agentes locais que também pregam o veganismo e o direito dos animais.

Um dos veteranos da causa na Irlanda, Roger Yates, vegano desde 1979, PHD em direito dos animais, foi o mais aplaudido no encerramento da marcha. Ele é voluntário e organizador do Vegan Information Project (VIP), que se dedica na formação e informação das pessoas sobre o veganismo. Yates, ao dimensionar a importância da marcha, explicou que o veganismo, movimento criado após a Segunda Guerra Mundial, prega muito mais que uma simples dieta.

“Veganismo é sobre direitos iguais, liberdade e justiça. Para todas as espécies. Humanas, principalmente. Quando ensinamos a respeitar os animais não humanos estamos divulgando o respeito por todos, que passa pelo combate à fome, à discriminação de todas as formas, à igualdade de gênero e à sobrevivência consciente de todos que habitam a Terra”, encerrou Roger Yates, arrancando gritos entusiasmados da atenciosa plateia.

Resgate pós-revolução industrial – Além de comprovar a preocupação crescente com o futuro, marchas, reuniões e atitudes como essa demonstram que, diferentemente do que é espalhado nas redes sociais do Brasil, os países e, principalmente, a população europeia, não somente quer conservar a natureza ainda restante, como quer resgatar o que foi perdido pós-revolução industrial.

A revista Pensar Verde, a partir de setembro, vai abordar a temática da conservação ambiental sob o ponto de vista da União Europeia, por meio dos olhos e do registro da sua editora-chefe, Angélica Brunacci, que está passando uma temporada em Dublin. A partir de novos olhares, a cobertura jornalística vai servir de subsídio para novos debates e práticas que podem inspirar os brasileiros a continuarem a defender os ricos biomas em que vivem.

Fotos: Angélica Brunacci

Por Angélica Brunacci, de Dublin

Fotos oficiais do evento podem ser vistas aqui.