A Fundação Verde preparou um acervo digital com dez palestras para você refletir sobre como é ser negro no Brasil
A população brasileira soma quase 215 milhões de pessoas e quase 57% declaram-se negros segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, eles são maioria no país.
Apesar disso, ainda sofrem as consequências do racismo estrutural – invisibilidade, violência, desrespeito, falta de oportunidades e de representatividade em todos os setores da sociedade. Todos os indicadores sociais dos negros são inferiores aos dos brancos.
Assim, para mostrar não só as dificuldades de ser negro no Brasil, mas principalmente as conquistas dos afro-brasileiros, a Fundação Verde Herbert Daniel preparou um acervo digital com dez palestras de pessoas negras para você.
Que tal mergulhar nesse universo e se engajar na luta antirracista?
- Gina Vieira Ponte: Projeto Mulheres Inspiradoras
Nessa palestra, a professora da rede pública do Distrito Federal Gina Vieira Ponte conta o caminho percorrido para desenvolver, com estudantes do ensino fundamental, um dos projetos educacionais mais premiados do Brasil, o Mulheres Inspiradoras.
- Gabi Oliveira: Um novo olhar sobre a pessoa negra – novas narrativas importam
A jovem Gabi Oliveira apresenta, nessa conferência, algumas reflexões sobre a estética negra. Em 2015, criou o canal DePretas no YouTube para repercutir temas relacionados a diversidade, beleza e autoestima da mulher negra.
- Zélia Ludwig: Para todas as meninas na ciência
Nesse vídeo, a cientista brasileira Zélia Ludwig apresenta seu projeto “Para todas as meninas na ciência”, que tem como principal objetivo despertar o interesse de garotas pela pesquisa científica e aumentar a representatividade feminina nas Ciências Exatas.
- Mel Duarte: Não desiste, negra, não desiste!
A escritora, slammer e produtora cultural Mel Duarte é uma figura conhecida nos saraus de São Paulo. Ela integra os coletivos Poetas Ambulantes e Slam das Minas de São Paulo. Nesse vídeo, Mel conta um pouco da relação dela com a poesia e declama um de seus poemas: “Não desiste, negra, não desiste!”.
- Joana Felix PhD: O poder de desafiar o não
A doutora Joana D’Arc Félix é professora da Escola Técnica Estadual Prof. Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, São Paulo. É uma cientista da área de química e desenvolve, entre outras, pesquisa sobre reaproveitamento e aplicação de couro e pele suína. Em 2014, recebeu o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia na categoria pesquisadora do ano. Nessa palestra, ela conta os desafios que o racismo impôs em sua trajetória de mulher negra na ciência.
- Lisiane Lemos: Como promover a igualdade racial dentro das empresas
Lisiane Lemos é membro do conselho consultivo do Fundo de População das Nações Unidas, Kunumi AI. Em 2017, foi nomeada Forbes Under 30. Em 2018, Most Influential People in The African Descent na área de negócios e empreendedorismo. Cofundou a Rede de Profissionais Negros, um coletivo que busca desconstruir barreiras entre profissionais negros e empresas por meio de políticas de diversidade. Nessa conferência, ela explica que o mundo caminha para a diversidade de vozes, cores e histórias nas corporações, mas alerta que ainda há muito a fazer.
- Gláucia Costa: O vitimismo que mata!
Gláucia Costa é bacharela em Ciência da Computação. Trabalha como consultora na área de métricas e estimativas. Também estuda teatro. Nessa palestra, ela reflete sobre o racismo no Brasil e questiona a desvalorização da luta antirracista, chamada por muitos de “mimimi”, “vitimismo”, entre outros.
- Preta Rara: Eu empregada doméstica
Joyce Fernandes, ou Preta Rara, é professora de história, rapper e ativista. Nessa conferência, ela conta o processo de criação da página “Eu empregada doméstica” em 2016 no Facebook para compartilhar suas experiências de sete anos como empregada doméstica e como, com esse movimento na rede social, ela se tornou porta-voz das empregadas domésticas no Brasil.
- Manoel Soares: O que precisamos para ser racistas?
Nessa conferência, o escritor, palestrante, apresentador e repórter da Rede Globo Manoel Soares faz reflexões sobre o racismo na vida dos brancos a partir de questões como “O que precisamos para ser racistas?”, “Como vai o seu racismo?”, “O que você faz com ele?”, “Como você fez pra ter raiva da minha cor?”.
- AD Junior: Racismo estrutural
Adilson dos Santos Júnior, ou AD Júnior, estudou Comunicação com ênfase em mídias digitais na Alemanha e Literatura inglesa na Universidade da Califórnia, Estados Unidos. Ele fundou a empresa SuperWeb Inc. e, em suas redes sociais, trata de assuntos como racismo estrutural e formas de superá-lo. Nessa palestra, ele explica o que é e como funciona o racismo estrutural por meio de uma linha do tempo com elementos da legislação brasileira que constituíram essa estrutura que até hoje privilegia os brancos e impede que os afro-brasileiros avancem e ocupem lugares de destaque na sociedade.
Por Caroline Cardoso