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Oito livros para entender os feminismos

Para muitas pessoas, ainda é complicado falar em feminismos devido ao desconhecimento e à incompreensão em relação aos seus significados. Isso acaba gerando estereótipos e repúdio aos movimentos feministas. Sim, no plural, pois atualmente não dá para se falar em um único movimento feminista.

Então, se você quer iniciar ou aprofundar as reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher (8/3) e as temáticas relacionadas às mulheres, é importante aprender a esse respeito. Uma das melhores formas de fazer isso é lendo e estudando.

A Fundação Verde Herbert Daniel fez uma curadoria especial de oito livros para entender os feminismos. Esses livros são indicados não só para mulheres, mas também para homens e pessoas não binárias. São leituras que podem levar à reflexão e à ação, ampliando os esforços para o êxito dos movimentos feministas, que beneficiam toda a sociedade.

Boas leituras!

#1. O segundo sexo, de Simone de Beauvoir (Nova Fronteira, 2020)

 

Em 1949, a filósofa existencialista Simone de Beauvoir publicava previamente, na revista Les Temps Modernes, alguns capítulos de seu livro O segundo sexo, considerado a bíblia feminista.

A questão central da obra da filósofa francesa é a análise das relações de gênero, partindo do pressuposto de que “ser mulher” é uma construção social, considerando aspectos psicológicos, biológicos e históricos da mulher.

Pioneiro e revolucionário, o texto causou grande comoção por seu feminismo audacioso e consagrou a autora no panteão da filosofia mundial.

Capa do livro de Simone de Beauvoir/Crédito: Nova Fronteira

#2. Os seis meses em que fui homem, de Rose Marie Muraro (Rosa dos Tempos, 2020)

O livro Os seis meses em que fui homem, da escritora carioca Rose Marie Muraro, patrona do feminismo brasileiro, é um ensaio bastante atual sobre a experiência dela como candidata a deputada federal na Constituinte de 1988. A obra foi publicada pela primeira vez em 1990 e mostra o olhar da autora sobre como o feminismo chegou até aqui.

É uma rica análise da condição das mulheres brasileiras à luz da antropologia, da arqueologia, da história, da política e da física. Segundo a própria Rose Marie, o livro “é […] uma catarse”.

Capa do livro de Rose Marie Muraro/Crédito: Rosa dos Tempos

#3. Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras, 2015)

O best seller Sejamos todos feministas é uma adaptação do super acessado discurso de Chimamanda Adichie no TEDx Euston em 2012 – mais de 1,5 milhão de visualizações. Nele, a escritora falou sobre igualdade e fuga dos estereótipos a partir da sua experiência de mulher e nigeriana.

Ela trata do significado de ser feminista no século XXI e mostra a importância do feminismo para libertar homens e mulheres das correntes do patriarcado.

Ela também reflete sobre a distância que ainda há para alcançarmos a igualdade de gênero apesar do muito conquistado até aqui pelos movimentos feministas.

Capa do livro de Chimamanda Adichie/Crédito: Companhia das Letras

#4. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens, de Gerda Lerner (Cultrix, 2019)

A partir de dados históricos, literários, arqueológicos e artísticos, a historiadora austríaca Gerda Lerner escreve A criação do patriarcado e, nele, refaz a evolução, de cerca de 2600 anos até a atualidade, das principais ideias, símbolos e metáforas que reforçaram as assimetrias nas relações de gênero e estruturaram o patriarcado.

A autora mostra que a dominação da mulher pelo homem é produto de um desenvolvimento histórico, não é biológica ou “natural” como faz parecer esse sistema de opressão e dominação da mulher.

Assim, Gerda revela as diferentes maneiras pelas quais as classes são estruturadas e vivenciadas de formas diferentes por homens e mulheres e propõe uma nova teoria de classe.

Capa do livro de Gerda Lerner/Crédito: Cultrix

#5. Mulheres, raça e classe, de Angela Davis (Boitempo, 2016)

O livro Mulheres, raça e classe, da filósofa estadunidense Angela Davis, publicado pela primeira vez em 1981, é um clássico dos estudos de gênero interseccionalizados com raça e classe social.

Nele, a autora questiona as diferenças entre os modos de ser mulher influenciados pela raça e pela classe econômica, mas aborda as diferenças entre ativistas brancas e negras sem hierarquizá-las.

Desse modo, Angela Davis criou uma ligação entre as lutas feministas e sua obra tem importância fundamental para entendermos as nuances das opressões.

Capa do livro de Angela Davis/Crédito: Boitempo

#6. O lado invisível da economia, de Katrine Marçal (Alaúde, 2022)

Depois de séculos se dedicando a tarefas domésticas, as mulheres ingressaram no mercado de trabalho remunerado, porém, em um mundo dominado e determinado pelas necessidades dos homens, elas ainda estão lutando para superar anos de exclusão do poder e conquistar acesso igualitário ao mundo econômico.

Em O lado invisível da economia, a jornalista sueca Katrine Marçal questiona as bases da economia, surgidas de uma perspectiva patriarcal, debate o conceito de homem econômico e defende que a única solução para uma sociedade mais igualitária é um pensamento econômico feminista.

E, para ela, isso explica por que a economia funciona muito mais para os ricos do que para os pobres, e muito mais para os homens do que para as mulheres.

Capa do livro de Katrine Marçal/Crédito: Alaúde

#7. O patriarcado do salário, de Silvia Federici (Boitempo, 2021)

Essa série de artigos da filósofa italiana Silvia Federici, O patriarcado do salário, aborda a relação entre marxismo e feminismo do ponto de vista da reprodução social.

A autora aponta como a exploração de trabalhos como o doméstico e o de cuidados, exercido sem remuneração pelas mulheres, teve e tem papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista.

Ao mesmo tempo, esclarece por que é preciso ir além de Marx e repensar práticas, perspectivas e ativismo a fim de superar a lógica social baseada na propriedade privada e desenvolver novas práticas de cooperação social.

Capa do livro de Silvia Federici/Crédito: Boitempo

#8. Biblioteca Essencial do Feminismo, de Betty FriedanNaomi Wolfbell hooksMarcia Tiburi (Rosa dos Tempos, 2021)

A Biblioteca Essencial do Feminismo é uma coletânea de quatro livros que reúnem o que há de fundamental no pensamento feminista: i. o clássico A mística feminina, da ativista estadunidense Betty Friedan, que inaugurou a segunda onda feminista; ii. O mito da beleza, da jornalista estadunidense Naomi Wolf, que marcou o início da terceira onda do feminismo; iii. O feminismo é para todo mundo, da filósofa estadunidense bell hooks, apresenta o feminismo.

Capa da coletânea Biblioteca Essencial do Feminismo/Crédito: Rosa dos Tempos

A Biblioteca Essencial do Feminismo é uma coletânea de quatro livros que reúnem o que há de fundamental no pensamento feminista: i. o clássico A mística feminina, da ativista estadunidense Betty Friedan, que inaugurou a segunda onda feminista; ii. O mito da beleza, da jornalista estadunidense Naomi Wolf, que marcou o início da terceira onda do feminismo; iii. O feminismo é para todo mundo, da filósofa estadunidense bell hooks, apresenta o feminismo negro e visionário; iv. Feminismo em comum, da filósofa brasileira Marcia Tiburi, considerado uma introdução aos feminismos, incluindo o trans e o indígena.

Caroline Cardoso – Comunicação FVHD

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Fontes: Editoras Boitempo, Rosa dos Tempos, Companhia das Letras, Nova Fronteira, Cultrix, Alaúde.