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“Ou mudamos, ou morremos”

Projeto do IFB mostra hábitos cotidianos que podem ser adotados para minimizar o impacto humano na destruição do planeta

“Ou mudamos, ou morremos.” Assim acaba o terceiro episódio do programa Mínimo Necessário, um projeto de extensão do Instituto Federal de Brasília (IFB) coordenado por Simone Pinheiro, com a participação da professora Marina Weber e da estudante Deyse Florêncio, que mostra alguns hábitos cotidianos que podem ser adotados para minimizar o impacto humano na destruição do planeta.

Concebido e apresentado por Simone, publicitária, professora e coordenadora do Curso Técnico em Eventos do IFB, o programa semanal conta com dez episódios de até seis minutos na primeira temporada, que estreou em abril deste ano. As temáticas foram definidas a partir de uma pesquisa realizada nas redes sociais do IFB que identificou as principais necessidades dos internautas em relação ao mínimo que temos de saber para a adoção de hábitos mais sustentáveis.

Simone Pinheiro

Foto: Sandra Mara Tabosa

O mínimo necessário

Simone e sua equipe decidiram contribuir para a diminuição de nossas pegadas de carbono no planeta levando conhecimento ao maior número possível de pessoas por meio de vídeos curtos com linguagem clara e objetiva.

Antes, lançaram, nas redes sociais do IFB, a pesquisa O que fazer no dia a dia para ter um cotidiano mais sustentável para identificar as dez principais necessidades de informação para a adoção de hábitos mais sustentáveis. O resultado forneceu o tema de cada um dos dez episódios do programa.

Algumas das principais dúvidas detectadas pela pesquisa foram: qual a diferença entre lixo e resíduo e entre lixão e aterro sanitário; quais são os tipos de resíduos, como separá-los e para onde eles vão; como fazer um evento sem resíduo e como economizar energia e água.

Nos seis episódios disponíveis no canal TV IFB do YouTube, Simone apresenta informações que possibilitam a mudança de hábitos simples do dia a dia, como a separação de resíduos em casa e os comportamentos de consumo; além de mostrar qual a diferença entre lixo e resíduo e como a organização de um evento de grande porte pode terminar em lixo zero.

“As notícias dos jornais não refletem a essência humana,

porque somos cooperação.”

Simone Pinheiro

 

Economia do compartilhamento

Um ponto de destaque do programa é o incentivo à economia do compartilhamento. A professora chama a atenção para a urgência de repensarmos o consumo rumo a uma economia mais limpa.

“Você pode substituir o consumo de coisas por viver mais experiências. Consumir menos gera menos resíduos, contaminação e poluição, gera mais qualidade de vida e apoia empreendedores que estão promovendo mais experiências em vez de produtos.”

Se você adota hábitos como emprestar livros, sapatos e roupas, organizar caronas com vizinhos e amigos, fazer compostagem em seu bairro ou condomínio, criar uma horta comunitária na sua região, fazer compras conjuntas, presentear com experiências, fazer bazares de trocas, entre outros, você está no caminho certo para diminuir suas pegadas de carbono.

Ainda temos que ensinar as pessoas a não jogar lixo no chão

O pontapé para a realização da série de vídeos foi a constatação da dificuldade da população em separar resíduos e adotar práticas simples para ter um cotidiano mais sustentável e menos impactante para o planeta. “Ainda temos que ensinar as pessoas a não jogar lixo no chão.”

Essa constatação veio da experiência de Simone, que ministra a disciplina Ética e Sustentabilidade em Eventos há 11 anos e é presidente da Comissão IF Ambiental, e depois da divulgação, em março de 2022, da pesquisa Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros, do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com o Programa de Mudança Climática da Universidade de Yale, o Ipec Inteligência, o Ibope Inteligência e o Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Para levantar dados sobre a percepção da população brasileira a respeito de questões relativas ao clima e ao meio ambiente, o Ibope Inteligência entrevistou 2,6 mil brasileiros com 18 anos ou mais entre setembro e outubro de 2020.

Os resultados demonstraram que 92% dos brasileiros consideram que o aquecimento global está acontecendo, 72% acreditam que ele pode nos prejudicar muito e 88%, que ele pode prejudicar muito as gerações futuras. Para 77% dos brasileiros, o aquecimento global é causado por ações humanas e esse mesmo percentual considera mais importante proteger o meio ambiente do que o crescimento econômico e os empregos.

Analfabetismo ambiental

Apesar de a pesquisa mostrar a importância dada à questão do aquecimento global e à preocupação com o meio ambiente, apenas 24% dos brasileiros concordam que os cidadãos podem contribuir para resolver o problema das mudanças climáticas e somente 25% declaram saber muito sobre o assunto.

Para Simone, esses resultados significam que as pessoas sabem que têm responsabilidade sobre a catástrofe climática, querem fazer algo a respeito, mas ainda precisam de muita informação acessível, clara e simples para agir.

Entretanto, ela também ressalta a completa desconexão de nossa parte para com a natureza. “Somos uma nação de analfabetos ambientais e isso acontece em todas as esferas da sociedade brasileira.” Fundamento para esse tipo de reflexão não falta!

Gastos com resíduos no Brasil chegam a R$ 20 bilhões por ano

No segundo episódio do programa, Simone explica que, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), pagamos, em média, R$ 320,00/T para enterrar nossos resíduos e R$ 50,00/T para transportar o material até aterros e lixões.

Depois, a professora convida o público a fazer as contas do quanto se gasta anualmente em toda essa operação: no Brasil, produzimos cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos por ano, totalizando um gasto de R$ 20 bilhões. Imagine quantas escolas e hospitais poderiam ser construídos com R$ 20 bilhões…

“Assim como existe campanha contra a dengue, para uso de preservativo, para cinto de segurança, tem que existir para separação de resíduos, não só para separação, mas também para redução.”

Simone Pinheiro

 Serviço:

Programa Mínimo Necessário

Apresentação: Simone Pinheiro

Toda quarta, no canal da TV IFB no YouTube

 Por Caroline Cardoso – Comunicação FVHD

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.