Ambientalistas exibiram nesta segunda-feira (16) imagens inéditas de uma lendária criatura marinha, o peixe-remo, ao lançar uma campanha contra a pesca de arrasto de profundidade.
Origem do mito da serpente marinha – uma cobra considerada capaz de virar embarcações e engolir tripulações -, o peixe-remo pode alcançar 11 metros de comprimento e mais de 250 quilos de peso.
Semelhante a uma enguia, a criatura, cujo nome científico é Regalecus glesne, é o peixe ósseo mais comprido do mundo. É visto apenas raramente por seres humanos e, normalmente, como uma presa indesejada da pesca comercial.
Conservacionistas marinhos mostraram, durante uma coletiva de imprensa em Paris, imagens exclusivas do gigante sinuoso em seu habitat nas profundezas do mar, como parte dos esforços para chamar atenção para os perigos que a pesca de arrasto representa para o leito marinho.
“É um momento chave para o fundo do mar”, disse Matthew Gianni, da organização Deep Sea Conservation Coalition, que reúne mais de 70 associações.
Biólogos marinhos afirmam que a pesca com arrasto de profundidade, na qual redes de pesca são arrastadas no fundo do mar, causam danos catastróficos a corais, esponjas e à microflora, vital para o ecossistema.
Locais em que esse tipo de pesca foi praticado décadas atrás ainda estão em recuperação, disse Claire Nouvian, diretora do grupo sem fins lucrativos BLOOM. A pesca de arrasto de profundidade também captura acidentalmente espécies sem valor comercial.
A França e a Espanha, cujas indústrias pesqueiras têm influência política, combatem os esforços da Comissão Europeia para banir a prática. Uma votação chave para decidir sobre o tema ocorrerá no dia 3 de outubro em Bruxelas.
Países da União Europeia respondem por 60% das capturas globais com pesca de arrasto de profundidade, informou a coalizão em seu site, citando números de 2001.