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Só 1,7% das cidades vigiam a qualidade do ar

Estudo mostra que as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste são as mais deficientes no monitoramento da poluição.

São Paulo e Rio estão melhores em número de estações, mas poeira fina ainda é pouco monitorada.

Apesar de ser um problema grave de saúde pública, a Poluição do ar é praticamente uma desconhecida quando são considerados todos os Estados da federação.

Levantamento inédito do Instituto Saúde e Sustentabilidade, realizado por pesquisadores que estudam a Poluição atmosférica, mostra que apenas 1,7% dos municípios têm cobertura de monitoramento da qualidade do ar.

A região Sudeste tem 78% dos municípios monitorados.

Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro podem ser consideradas exceções no quadro preocupante que existe no restante do país, conforme mostra o estudo.

No entanto, mesmo nessas duas capitais, poluentes como a poeira fina têm uma rede pequena de estações.

Essa poeira fina, que afeta muito crianças e idosos –principalmente em períodos secos do ano como agora, durante o inverno–, é monitorada em 16% das estações que existem em São Paulo.

No Rio de Janeiro, o índice sobe para 22%.

As regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país são as que apresentam enorme carência no acompanhamento da qualidade do ar, informa o documento assinado por Paulo Saldiva e Evangelina Vormittag

Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal, possuem informações sobre o monitoramento, mesmo que defasadas na maioria dos casos.

Os pesquisadores classificam o monitoramento da qualidade do ar no país como “precário”. Segundo eles, “os fatos indicam que existe um longo caminho a ser percorrido, que precisa ser trilhado de forma urgente”.

A melhoria precisa ser tanto em termos quantitativos, com a construção de mais estações em todo o país, quanto qualitativa.

O rastreamento dos vários tipos de poeira e do ozônio, poluentes cada vez mais presentes nas capitais por causa do aumento de frota de veículos, é o que mais precisa melhorar, diz o estudo, ainda não publicado.

PADRÃO ERRADO

Para os pesquisadores, não são apenas as cidades e os Estados que precisam construir mais estações de medição dos poluentes atmosféricos. Existem melhorias que precisam ser feitas também em nível federal, indica a pesquisa.

Apesar de existirem regras federais sobre a qualidade do ar há 25 anos, o Brasil não tem uma rede nacional de monitoramento nem um programa que abranja todo o país.

O mais grave, entretanto, apontam os pesquisadores, é que os limites adotados hoje no país, para todos os tipos de poluentes, estão muito acima daqueles preconizados pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Folha de São Paulo