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Somos porque somos mulheres

A necessidade de se definir as coisas sempre me perturbaram. Porque temos que ter uma resposta sempre certa? Ou no nosso caso, do sexo feminino, estarmos sempre com a postura correta. A vida toda ouvimos frases do tipo, não fale com estranhos, não use saia curta, não dê bola pra cantada, não saia sozinha, não fique deprimida, não use muita maquiagem, e por aí vai…
Nossa atmosfera é sempre moldada para atender o que os outros irão pensar e não o que realmente pensamos de nós mesmas. Isso nos impede ou na melhor das hipóteses, nos dificulta descobrir quem realmente somos.

No passado, éramos impedidas de votar e sermos votadas, de estudar, de trabalhar, mas passou. Passou? Será que estamos de verdade exercendo nosso papel na sociedade de tudo que lutamos tanto para conquistar? Quantos anos já se passaram e o quanto temos influenciado?

Quando ouço dizerem que mulher não vota em mulher, imagino o que pensariam as feministas da Nova Zelândia, em 1893, e da Finlândia, em 1906, pois foram os primeiros países a reconhecer o direito das mulheres ao voto.

Nossa descoberta depende muito de variáveis como, tempo, lugar e contexto. Somos porque somos, e também somos porque não queremos ser.

A jornada é cheia de emoções, razões, sentimentos, anseios, depressões, alegrias, cuidados, amores, paixões e mesmo com muitos ou poucos hormônios não somos obrigadas a nada, nada mesmo. E é quando percebemos isso que realmente nos descobrimos, realmente sentimos nossa essência. Sabe aquele botãozinho do F…? Se não conheceu ainda, tente aperta-lo de vez em quando!

A vida nos deu a capacidade de cuidar. E é uma dádiva! É realmente lindo sermos capazes de tanta coisa! Mas ela nos desafia a cuidar do ser mais precioso que existe, aquele que encontramos ao olhar no espelho! Esse é o ser que só poderá cuidar de alguém se estiver bem cuidado. E se sentir bem cuidada é estar Feliz! Ao contrário do que muitos pensam que só serão felizes se tiverem tal coisa, ou se conquistarem isso ou aquilo, a felicidade é que é o caminho. Então você realmente só vai conquistar o que deseja se em primeiro lugar estiver feliz!

E não dá para falar em felicidade se junto tiver a palavra Repressão! E é neste ponto que desejo chegar, porque tantos são os moldes que insistem que nos encaixemos quanto são nossos esquecimentos de quem somos e o que queremos.

Ficar atenta a isso, é se policiar sempre para não cairmos em armadilhas e auto sabotagens.

Sermos duronas?? As vezes!

Sermos Meigas?? As vezes!

Conhecermos nossas dosagens para não nos machucarmos e não machucarmos ninguém! Temos um potencial incrível a ser explorado.

Nossa capacidade holística nos faz viajar e conhecer um universo de coisas, mas descobrir nossa essência ajuda a selecionar e se aprofundar no que é importante e prioritário, é um longo, mas gostoso aprendizado de nós mesmas!

Então, embora hoje a política ser um espaço também para as mulheres, ainda não estamos bem representadas. Não somos muitas ainda. Temos medo, nos sentimos inferiores, não sei. Mas precisa mudar! Porque precisamos construir uma sociedade melhor e mais igualitária. Nossas demandas, somos mais capazes de compreender e criar políticas públicas! Nossas escolhas, devem ser respeitadas!

E principalmente, sabermos que não estamos sós! Entendermos o quanto é importante a colaboração entre as mulheres. Acabar de vez com essa ilusão de competição feminina! Isso é nocivo a nossa luta! No passado nossa competição era para ter um marido, então era a mais prendada, a mais bonita, a mais dona de casa que ganhava a possibilidade de casar com o mais cobiçado do bairro. Mas hoje temos diploma, temos voto e podemos trabalhar! Casar? Quando quisermos e com quem bater o coração! O mais importante é compreendermos que não somos obrigadas a nada e se quiser colocar o diploma na mochila e ser recatada e do lar, também é nosso direito. A liberdade de escolha sem repressão é fundamental para um ser humano feliz, independente do sexo que nasceu!

A humanidade muda seus comportamentos de tempos em tempos, mas sempre quando existe um certo ruído, algo que não se encaixa mais, como se fosse uma engrenagem que tem um dentinho ali que não bateu certinho no degrau e modifica ou atrapalha a volta completa. E aí é o momento de parar e pensar, discutir como ajustar para que exista novamente harmonia até que novamente algo aconteça e nos faça pensar novamente em reajustes, e assim vamos caminhando, observando, discutindo e propondo novas soluções para os problemas infinitos dos seres humanos. As demandas femininas não foge a regra. O que não podemos é ficarmos paradas, sem perceber esses movimentos! Por isso sempre que posso estimulo que mais e mais mulheres façam política, não exatamente serem candidatas, se não tiverem perfil pra isso, mas fazer política é compreender esses movimentos e engrenagens, saber qual seu papel nesse todo. Compreender a cosmo visão e perceber que não está no planeta a passeio ou por um descuido do universo! Todos nós temos um papel na sociedade, todos! E nós mulheres precisamos compreender que nossa participação é fundamental!

Nosso lugar é onde nós quisermos! Desejo que não apenas no dia 8 de março, mas que sempre possamos despertar o potencial político que todas nós temos!

Patricia Penna
Empresária e Designer
Comendadora da ordem cívica e cultural pela sociedade heraldica, Chanceler Ambiental pelo IBDN!
Secretária do PV Mulher da capital de SP e vice presidente!