Começou hoje (1/12) a 20a edição da Conferência Internacional de Mudanças Climáticas (COP20) em Lima, capital do Peru. O principal objetivo desta edição será analisar os impactos das mudanças climáticas e as fórmulas de adaptação e mitigação para esta situação. Para tanto, os participantes estão decididos a saírem de lá com um acordo multilateral que obrigará as nações a cortar emissões de gases a partir de 2020, o chamado “rascunho zero”.
Os delegados dos 194 países participantes da Cúpula, em conjunto com organizações não-governamentais, terão 12 dias para definirem novos parâmetros para reduzirem as emissões. Os problemas causados pelas mudanças climáticas e a influência humana sobre o clima são evidentes e crescentes e seus impactos são observados em todos os continentes. O Partido Verde faz esse alerta à sociedade desde que se lançou como Partido Político e até hoje a situação climática no mundo inteiro não apresenta melhora, pelo contrário, só piora.
Segundo o último relatório do Painel Governamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado há poucas semanas, se a atual situação climática não for controlada, impactos graves, generalizados e irreversíveis sobre as pessoas e os ecossistemas irão ocorrer sem nenhum controle. No entanto, opções para adaptação às alterações climáticas e fortes atividades de mitigação podem assegurar que os impactos permaneçam em um nível gerenciável, criando um futuro mais sustentável.
Além das tradicionais discussões a respeito dos principais responsáveis entre países desenvolvidos e em desenvolvimento pelas emissões, a COP20 pode trazer avanços significativos, já que países que não haviam apresentado nenhum compromisso anteriormente estão sinalizando que finalmente irão integrar o grupo. É o caso dos Estados Unidos, que divulgou em novembro sua pretensão de reduzir entre 26% a 28% das emissões até 2025. Já a União Europeia anunciou que, até 2030, irá diminuir em 40% suas emissões.
Novos desafios – Com base nos pontos discutidos nesta COP20, representantes dos 194 países irão articular um documento que irá substituir o Protocolo de Kyoto, criado em 1997 e que se mostrou ineficaz, até agora, por não integrar um dos maiores emissores históricos de gases, os Estados Unidos, e não abrigar potências emergentes, como China, Índia e Brasil. Para ser validado, esse novo texto tem de ser aprovado e assinado até o final de 2015, durante a COP 21, em Paris, para que seu conteúdo passe a vigorar a partir de 2020.
Outro desafio é colocar em prática as resoluções acordadas entre os países. A viabilidade do funcionamento do futuro protocolo está relacionada à adaptação dos países à nova realidade climática, definição de metodologias para criar defesas e resistir aos fenômenos extremos, além da questão dos meios de implementação, tema considerado espinhoso porque envolve investimento financeiro. O problema é definir de onde virá a verba e quanto será destinado aos países pobres no enfrentamento da mudança do clima.
De acordo com o IPCC, é necessário cortar de 40% a 70% as emissões em relação ao nível de 1990 para que, até 2050, haja chance de conter a elevação da temperatura em 2ºC.
Larissa Itaboraí