Dados da cidade de São Paulo mostram como a falta de assistência nesses primeiros anos de vida podem afetar o resto das vidas dessas crianças
A Rede Nossa São Paulo divulgou dados sobre a assistência ofertada às crianças da maior cidade do Brasil e o que o relatório mostra é uma realidade ainda bastante vulnerável para as crianças que vivem na capital paulista. Segundo o Mapa da desigualdade da Primeira Infância, a cada 1000 crianças, 14,3 morrem antes de completarem 5 anos de idade. Em 2016, o número de crianças desnutridas era de 149.689 mil, enquanto o número de crianças obesas no mesmo ano foi de 254.765 mil.
Em 2016, das creches disponibilizadas pelo governo, 60,7% dispunham de banheiros adequados à educação infantil e apenas 29,9% tinham banheiros adequados para crianças com alguma deficiência ou mobilidade reduzida. Apenas 58,7% tinham parque infantil.
Os dados mostram ainda que 43 distritos paulistanos tinham registros de violência sexual contra crianças de zero a cinco anos de idade. No Itaim Paulista, a cada 100 mil mulheres entre 20 e 59 anos, 258 são internadas por causa de agressões que sofrem em casa.
Segundo o próprio relatório, uma cidade acolhedora para crianças é onde as violências doméstica e sexual não fazem parte da relação entre pais e filhos. É um lugar em que as gestantes fazem pré-natal regularmente e os bebês nascem no peso adequado. No qual jovens com menos de 19 anos não precisam abandonar os estudos por causa de uma gravidez precoce. Uma cidade acolhedora dispõe de boa iluminação pública, áreas verdes, parques e praças bem conservadas para as crianças brincarem. Oferece consultas pediátricas regulares e programas de atendimento à família que funcionam. Em uma cidade acolhedora para crianças não é preciso esperar mais de um ano para se conseguir uma vaga na creche ou na pré-escola.
O relatório, feito em parceria da Rede Nossa São Paulo com a Fundação Bernard van Leer, afirma que a maternidade precoce pode estar associada a condições de risco para o recém-nascido, como a prematuridade e o baixo peso ao nascer. Este indicador contribui na avaliação dos níveis de saúde infantil e dos fatores socioeconômicos e culturais que intervêm na ocorrência da gravidez.
Para a elaboração do estudos foram utilizados indicadores que contemplam áreas como educação, saúde, assistência social, meio ambiente e direitos humanos, entre outras.