A água é um bem fundamental para o ser humano e sua boa utilização e conservação são a chave para a melhoria da qualidade de vida e, consequentemente, para o desenvolvimento sustentável do planeta, diretriz exposta no plano de governo do Partido Verde. O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água – possui em seu território 12% de toda a água doce superficial da Terra, além de grandes aquíferos subterrâneos, portanto, tem grande responsabilidade na proteção e preservação de rios e mananciais.
Hoje, no Brasil, a maioria dos rios, lagos e mares são massacrados pela quantidade absurda de lixo de qualquer espécie, principalmente os sacos plásticos. Preocupada com o impacto que o plástico pode causar ao meio ambiente, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou um estudo divulgado nesta segunda-feira (23), que traz um dado alarmante – os sacos plásticos geram prejuízos na casa dos US$13 bilhões anuais ao ecossistema marinho. Segundo o relatório intitulado “Valuing Plastic”, o custo financeiro dos prejuízos ambientais relacionados ao plástico ultrapassam os US$ 75 bilhões anuais, sendo que 30% desse valor vêm das emissões de gases do efeito estufa do setor e da poluição do ar causadas na fase de produção.
Segundo o Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, plásticos possuem um papel crucial na vida moderna, mas os impactos ambientais de seu uso não podem ser ignorados. A estimativa é que existam bilhões de toneladas de plástico flutuando nos oceanos. Apenas a Grande Ilha de Lixo do Pacífico, nome dado a um aglomerado de plásticos comumente visto por embarcações no Pacífico Norte, possui um tamanho equivalente ao do território dos Estados Unidos.
Em março de 2013, por exemplo, uma baleia cachalote de dez metros de comprimento, apareceu morta na costa sul da Espanha. Ela havia engolido 59 diferentes itens de plástico, totalizando 17 quilos. Ainda de acordo com o relatório, dentre as empresas que utilizam o plástico, as que poluem mais o meio ambiente são as companhias alimentícias, que respondem por 23% do total. Em seguida aparecem as de refrigerantes, com 12%. Todo esse plástico acaba atrapalhando a navegação, sujando praias e matando animais que ingerem o material por o confundirem com alimento.
Diante de todos esses dados coletados durante a pesquisa para a elaboração do “Valuing Plastic”, a ONU apresentou algumas recomendações para as empresas lidarem com o problema dos plásticos. Dentre as sugestões estão maior acompanhamento na produção e a destinação de seus materiais plásticos e embalagens, com a produção de inventários e documentos de acesso público; comprometimento em reduzir os impactos ambientais do plástico, com a adoção de metas práticas; busquem a inovação de suas cadeias produtivas, para que o plástico seja produzido com menos energia e resíduos, além de investirem em novas tecnologias, como materiais biodegradáveis.
Um maior cuidado com a origem da matéria-prima, eficiência na linha da produção e mais reciclagem, pode economizar às companhias pelo menos US$ 4 bilhões ao ano.