O desenvolvimento da humanidade sempre esteve associado aos usos da água e por muito tempo convivemos com a falsa idéia de que havia muita água no Planeta. Afinal, mais de 70% da superfície da Terra é coberta por água. Só que a maior parte é salgada e somente 2,7% é doce. Além disso, a distribuição no Planeta não é igualitária, 77% está congelada nos pólos, 22 % em reservas subterrâneas e o restante, menos de 0,02% em rios e lagos, é disponível para uso de todas as necessidades da nossa sociedade.
A poluição, o desperdício, os desmatamentos, a e o modelo de desenvolvimento adotado até as últimas décadas impôs aos governos e à sociedade grandes desafios para enfrentar o problema da escassez dos recursos hídricos. Agora, os impactos das mudanças climáticas e o crescimento populacional exigem medidas efetivas e mudanças de comportamento e padrões sociais, para que possamos garantir o acesso à água a todos os cidadãos e para suprir as necessidades humanas: produção de alimentos, saúde, higiene, transporte, energia, lazer,saneamento e manutenção da vida.
A falta de investimentos em saneamento básico, de coleta e tratamento de esgoto, ainda fazem com que cerca de 70% das doenças que geram internações hospitalares sejam causadas por contato com a água contaminada. Os principais rios da Capital paulista, como o Tietê e o Pinheiros, refletem o descaso que tivemos para com os recursos naturais e o desmatamento e a impermeabilização do solo transformaram a “terra da garoa” ,dos anos 20, na cidade da seca ou das enchentes.
Passamos a ter que aprender a conviver com os extremos da falta d’água às margens de rios como o Ipiranga, o Tamanduateí, da Represa Billings e de tantos outros rios que dão nomes a avenidas e bairros de São Paulo, mas que não podem ser utilizados porque estão poluídos, ou do caos causado por enchentes, nos períodos de chuva quando as águas não encontram solos permeáveis e leitos de rios para manterem o seu ciclo.
As crises e problemas como esses estimulam a união de esforços e a criatividade. Foi assim que mais de um milhão de pessoas se reuniram em 1992 para pedir a despoluição do rio Tietê, na maior mobilização por uma causa ambiental já realizada no país. E agora, movidos pela criatividade e bom humor, convidamos por meio da campanha “Xixi no Banho”, desenvolvida pela Agência Fnazca, os cidadãos a adotarem atitudes individuais que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. Visite o site SOS Mata Atlântica
Malu Ribeiro
Coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica
www.rededasaguas.org.br