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Investimento em capital humano pode ser a solução para Brasil sair da crise e recuperar a confiança da população

O atual cenário econômico e político do Brasil é de incerteza. Essa falta de credibilidade gerada pela crise política e pelos escândalos de corrupção, principalmente na Petrobrás, tem provocado desconfiança tanto de consumidores quanto de empresas, que não se sentem seguras em investir no país. Para melhorar a situação brasileira e recuperar a confiança da população, o nível de investimento e, consequentemente, o crescimento do Brasil, é preciso investir em capital humano visando na melhoria da qualidade de vida.

A constatação foi feita por Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) durante entrevista concedida ao Grupo de Diários América (GDA), do qual O Globo faz parte, no último domingo (4/10). A recomendação de Christine vai ao encontro do programa partidário do Partido Verde, que prioriza o investimento na qualidade de vida da população englobando a melhoria na rede de transporte público, o acesso a saneamento básico e abastecimento de água, sistemas educacionais mais eficientes e competitivos, além da melhoria dos serviços médicos.

Segundo Christine, para aumentar o potencial produtivo do Brasil é preciso que haja um aumento nos níveis de investimento em capital humano e na infraestrutura do setor financeiro, “algo que não acontece da noite para o dia”, alertou. Ainda de acordo com a diretora do FMI, “a previsão é que a economia sofra forte contração este ano devido à queda do investimento e do consumo, sendo provável que permaneça em território negativo em 2016”.

Outro ponto questionado ao FMI foi com relação ao monitoramento que tem sido feito no que diz respeito a migração do mercado especulativo para o Brasil com seus altos juros, já que na Europa e Japão os juros estão negativos e nos Estados Unidos os juros estão em 0% desde 2008. Christine afirmou que, para estar à frente da evolução dos acontecimentos, é necessário continuar a fazer progressos na transparência do setor financeiro, “aperfeiçoando a regulamentação nos planos nacional, regional e internacional e — acima de tudo — continuando a colaborar para atingirmos a meta de um setor de serviços financeiros sólido e resiliente que apoie a economia real de forma eficaz”, finalizou.

Segundo Christine, a crise financeira no Brasil, considerado o país com a economia mais forte da América do Sul, afeta também os países vizinhos.

FVHD