A Fundação Verde entrevistou com exclusividade Marco Antonio Oliveira, da Coordenadoria de Parques Urbanos (CPU) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo (SMA), a respeito do projeto Pomar Urbano, que já completa 16 anos de implantação e é um exemplo de recuperação ambiental e disseminação de informações sobre a recuperação e preservação dos recursos naturais. De acordo com Marco, o projeto vem contribuindo para a educação ambiental da população interessada da região.
FVHD: O projeto nasceu em 1999. O que ele abrange, além da área plantada ao longo do Rio Pinheiros?
Marco Antonio: O Pomar Urbano, criado como Projeto Pomar, em 1999, tem como objetivos: a recuperação ambiental e paisagística das margens do Rio Pinheiros; o resgate da cidadania de trabalhadores desempregados para proporcionar ocupação, renda e qualificação profissional, por meio do Programa Emergencial de Auxílio-Desemprego – Frentes de Trabalho, criado pelo Governo do Estado de São Paulo e a realização de atividades de educação ambiental.
FVHD: Depois de 16 anos da implementação do projeto, as pessoas conseguem reconhecer e preservar o local? Como é a reação da população frente à iniciativa?
Marco Antonio: Em pesquisa realizada entre os responsáveis pelos grupos têm discorrido bons comentários, avaliando a infraestrutura existente em cada área, bem como a receptividade dos visitantes.
Com a disseminação das informações e a constatação in loco da recuperação paisagística e ambiental das áreas de sua Implantação, o Projeto Pomar Urbano passa a ser um exemplo de ferramenta importante para os diversos grupos existentes na sociedade, em especial os profissionais da área da educação; no que concerne à demonstração da importância da recuperação e preservação dos recursos naturais contribuindo com a retomada de sua flora e fauna, anteriormente existente.
FVHD: Qual é a abrangência do Projeto atualmente?
Marco Antonio: Hoje, o Projeto Pomar Urbano implantado às margens do Rio Pinheiros conta com 17 parceiros, abrangendo uma extensão de 26 km.
FVHD: Quais foram os principais benefícios que o Pomar Urbano trouxe para a região?
Marco Antonio: Aproximadamente 1500 pessoas foram formadas por intermédio da Frente de Trabalho, algumas delas continuam no Pomar como contratadas das empresas parceiras. Desde sua implantação, 300.000 mudas foram plantadas, das quais mais de 1.000 são de Palmeira Jerivá, espécie nativa da região. Além disso, o projeto paisagístico do Pomar Urbano fez um cuidadoso trabalho de pesquisa afim de definir a vegetação a ser utilizada na revitalização das margens. Neste processo, foram usadas mais de 250 espécies diferentes, entre árvores, palmeiras, arbustos e forrações.
FVHD: Como foi o processo de andamento do projeto para que ele realmente fosse implementado?
Marco Antonio: Para demonstrar a possibilidade de recuperação ambiental e paisagística das margens do Rio Pinheiros, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, no período entre dezembro de 1999 a fevereiro de 2000, implantou o primeiro trecho, com cerca de 1 km de extensão, na margem esquerda, no âmbito da execução do Convênio, renovado em 08 de julho 2015 por um período de mais 5 anos, entre o Estado de São Paulo, por intermédio de sua Secretaria do Meio Ambiente e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. – EMAE. Em seguida foram estabelecidas parcerias com empresas privadas, visando à doação de serviços de implantação de projetos elaborados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA para a recuperação de novos trechos, com aproximadamente um quilômetro de extensão, e sua manutenção por períodos de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
FVHD: Desde o seu surgimento, como foi a adesão dos gestores que estiveram à frente da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo? Já houve alguma interrupção das ações?
Marco Antonio: A Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA desenvolveu uma estratégia que envolveu a participação do poder público e da iniciativa privada, afim de viabilizar o projeto. Não houve interrupções nas atividades do Projeto Pomar, implantado às margens do Rio Pinheiros; sendo que este, por força da Resolução SMA nº 74/14, poderá ser implantando em qualquer região do Estado de São Paulo. Friso que com o advento da Resolução da SMA nº 74, de 10/09/2014, estão em andamento as tratativas com os parceiros, visando a renovação destas em conformidade com as disposições constantes na resolução supramencionada.