Suposta tese de que houve interrupção no aquecimento da terra de 1998 a 2012 foi rebatida com novo estudo feito pela revista Science Advances.
Estudo divulgado na última quarta-feira (4) pela revista americana Science Advances, afirma que o aquecimento global ganhou impulso desde o início do século. Diferente do que alguns afirmaram sobre a interrupção do aquecimento global no período 1998-2012, o estudo reafirma as descobertas divulgadas em 2015 pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) que defendiam que, longe de desacelerar, o aquecimento global ganhou impulso desde o início do século. Tanto o estudo da NOAA como o publicado pela Science Advances respondem a outro que constatava uma aparente redução na tendência de aumento das temperaturas durante o período 1998-2012.
A conclusão sobre essa suposta pausa no aquecimento global foi dos pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia e da Universidade de York, na Inglaterra, que concluíram que a pausa documentada deveu-se a um erro nos métodos anteriores de medição, que tenderam a calcular uma temperatura mais quente que o real.
Anteriormente, a temperatura dos oceanos era medida com amostras de água canalizadas por meio da sala de máquinas dos navios, uma área quente que moderava os modelos. Atualmente, a temperatura é medida com boias instaladas diretamente no oceano, razão pela qual os resultados são mais confiáveis. O estudo constata que, enquanto em 1980 80% das amostras eram obtidas por meio do primeiro método, agora essa mesma porcentagem é registrada com boias.
Além de constatar a origem do mal-entendido, os cientistas de Berkeley e York fizeram um estudo da evolução das temperaturas utilizando separadamente dados obtidos pelas boias, satélites e robôs flutuantes e os resultados obtidos foram idênticos aos da NOAA.
O aquecimento dos oceanos se acelerou desde 2000 até um ritmo de 0,12 graus centígrados por década, quase o dobro que durante o período 1970-1999, quando o aquecimento foi de 0,07 graus a cada dez anos.
O estudo da NOAA recebeu várias críticas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Alguns atribuíram a razões políticas e não científicas, motivo pelo qual este novo estudo respalda os resultados de forma independente.
Larissa Itaboraí