Cartilha com dados sobre Feminicídio será lançada durante a convenção do PV, em Brasília.
A ideia dos verdes é fazer uma ampla divulgação para denunciar esse crime hediondo e manter uma campanha permanente nas redes sociais alertando mulheres de todas as classes sociais com dados e formas de buscar ajuda.
Respeito. Essa palavra tão simples e direta diz muito sobre o que as mulheres buscam diariamente. Mesmo com toda a autonomia emocional, financeira e social que a mulher vem conquistando ao longo dos anos, ainda assim, continuam sendo as maiores vítimas de violência, especialmente cometida por homens. Dentro desses crimes enquadra-se o feminicídio, um crime de ódio no qual uma mulher é assassinada pela condição de ser mulher. Conforme destacamos na cartilha ‘PV e Fundação no combate ao Feminicídio’, a violência contra a mulher não se trata mais de um problema individual, mas sim estrutural, no qual todo o país deve se envolver para tentar mudar esse quadro social. A poeta e feminista negra Audre Lorde afirma: “Eu não serei livre enquanto houver mulheres que não são, mesmo que suas algemas sejam muito diferentes das minhas.” Feminismo é sobre isso. E uma das lutas do feminismo é acabar com o desrespeito e a violência contra a mulher.
A cultura patriarcal, ainda muito presente na sociedade brasileira, afeta diretamente no comportamento das famílias. Diante disso, os crimes contra a mulher envolvem sentimento de posse sobre elas, o controle sobre o seu corpo, desejo e autonomia, limitação da sua emancipação (profissional, econômica, social ou intelectual) e desprezo e ódio por sua condição de gênero. A falta de autonomia financeira é uma das grandes causas para uma mulher não conseguir se livrar desse ciclo de violência. Em um levantamento feito pelo Núcleo de Violência Doméstica da Promotoria de Justiça de Taboão da Serra (SP), entre os anos de 2012 e 2016, constatou-se que praticamente 30% das mulheres que sofrem violência e não denunciam estão em situação de risco pelo fato de dependerem economicamente dos companheiros, sem perspectivas e oportunidades de trabalho, tampouco de resgate da autoestima e coragem para saírem de uma vida marcada pela violência física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.
A violência contra a mulher é algo naturalizado no cotidiano numa sociedade em que o machismo e a misoginia são estruturantes nas nossas relações e experiências. É preciso romper com essa mentalidade. A educação e conscientização da população é um passo importante. Desaprender a misoginia e se educar para a equidade e a justiça. Isso envolve desde a abordagem do tema em sala de aula até a produção de estatísticas que fundamentem as políticas públicas e a realização de campanhas voltadas à população como um todo.
Corroborando com o combate à violência contra a mulher, a ONU determina 12 direitos fundamentais à mulher:
Direito à vida;
Direito à liberdade e a segurança pessoal;
Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;
Direito à liberdade de pensamento;
Direito à informação e a educação;
Direito à privacidade;
Direito à saúde e a proteção desta;
Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar sua família;
Direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los;
Direito aos benefícios do progresso científico;
Direito à liberdade de reunião e participação política;
Direito a não ser submetida a tortura e maltrato.
Acesse a Cartilha: PV e Fundação Verde no Combate ao Feminicídio