Tem muita gente “esperançando” pelo Brasil, ajudando as pessoas, a natureza e os animais
Em tempos tão difíceis para o Brasil, seja pelo contexto político e econômico, seja pela pandemia de Covid-19, falar de esperança pode parecer utópico; para os mais céticos, pode se assemelhar a uma piada de mau gosto. Mas é exatamente por causa deste momento que esta edição da revista Pensar Verde vem cheia de esperança. A palavra aparece da primeira à última página, mas não se engane: a esperança aqui semeada não é aquela que nasce do esperar. É aquela que age, que faz, que constrói, que luta por um mundo melhor para todos ao invés de apenas aguardar – pelo governo, por instituições, por falsas promessas de religiosos, por milagres.
Nossa matéria de capa, “A esperança feita por e para os brasileiros”, traz padre Júlio Lancellotti, Marcia Tiburi, Lucia Ferraz Dantas, Luís Rodolfo Dantas e coletivos como É o Bicho, #açãolulupuiu, Coletivo Mosaico, MuDança Ribeirão e Salve Maracaípe. Por trás desses nomes, pessoas que saem de suas casas, de seu conforto, para ajudar bichos, a natureza e seres humanos. Elas levam arte, roupa e comida, fazem mutirões de limpeza, resgatam, tratam e curam. Acima de tudo, nos inspiram e nos mostram algo muito simples: são as pessoas, unidas e em cooperação, as únicas capazes de realmente mudar a sua realidade – rua, praça, escola, bairro, cidade, estado, país, mundo, sociedade.
Os artigos também abordam o tema, de uma forma ou de outra. Em “Pensar a esperança é pensar uma educação que transforma o mundo”, o professor associado do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), André Azevedo, analisa a educação a partir de Paulo Freire. Ele fala da importância da participação das famílias nas escolas, da doutrinação, da valorização dos professores e da tecnologia unida à educação.
Em “O design de um mundo melhor com a natureza”, Carol Freitas, Daniel Mira e Bruna Serra discorrem sobre a transformação possível no mundo a partir da Biomimética. “[…] queremos entender por que a natureza tem estratégias que respondem aos desafios do mundo de maneira eficiente, elegante e integrada. Aprender com a natureza coloca nosso olhar além da perspectiva do que eu posso ter como recurso, posse. É o respeito à Vida”, escrevem. E o terceiro artigo, “Startups: ferramentas de desenvolvimento para o país”, escrito por Natalia Bertussi, coordenadora nacional de startups no Sebrae, ressalta a importância desse modelo de negócios para o desenvolvimento do país, mas sem descartar os negócios tradicionais.
O entrevistado desta edição é o advogado e jurista Sepúlveda Pertence, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Pertence analisa o momento institucional do Brasil e envia uma mensagem aos brasileiros: “Não podemos deixar que nossas conquistas sejam perdidas. Meu recado é de resistência”.
A seção Verdes em ação apresenta o Afro Verdes, movimento negro do PV, que nasceu este ano após a realização de uma série de lives, o projeto Resenhas – Movimento Negro.
Para encerrar, as colunas Solo Fértil, com um conto de Clarice Lispector para inspirar os leitores a ver esperança nas pequenas coisas da vida, e Coleta Seletiva. A nossa entrevistada foi a doutora em Direito Constitucional, professora universitária e escritora Juliana Segalla, autora de Inclusão não é favor nem bondade. O vídeo, publicado no canal do YouTube da Fundação, pode ser acessado por meio de QRCode presente na revista impressa e na online.
Boa leitura!