A Fundação Verde Herbert Daniel (FVHD) informa, com pesar, o falecimento do senhor Carlos Galeão Camacho, ocorrido dia 09 de maio de 2016. Conhecido como Padre Camacho, o diácono da Igreja Católica foi o primeiro filiado do PV São Paulo, em 1986, e, como militante histórico, ocupava a presidência do Partido Verde no município de São Paulo. Gaúcho de Pelotas, Camacho trabalhou intensamente pelo PV e defendeu o ideário verde durante os 30 anos que esteve à frente do Partido. Que a família e os amigos recebam nossa solidariedade nesse momento de dor.
Aproveitamos a oportunidade para reproduzir alguns trechos da entrevista que realizamos com ele na décima terceira edição da revista Pensar Verde. A entrevista completa pode ser conferida na Pensar Verde #13 pelo link: https://issuu.com/pensarverde/docs/pensarverde13
Revista Pensar Verde – O senhor faz parte da história do Partido Verde desde o tempo de sua formação. Como foi sua entrada no PV?
Carlos Camacho – Só militei por dois partidos ao longo da minha vida. Sou gaúcho de Pelotas e desde criança meus pais eram filiados do Partido Comunista, o qual também fui filiado durante muitos anos, até partir para o exílio durante a Ditadura Militar. Cerca de dois meses após a fundação do PV em 1986, no Rio de Janeiro, enquanto ele ainda crescia como Partido, fui o primeiro filiado no Estado de São Paulo. A formação do PV foi bastante motivada pela vitória de Fernando Gabeira nas eleições para o governo do Rio de Janeiro. Tenho grande orgulho de fazer parte de toda a trajetória do PV e, inclusive, de seus ideias, tantas vezes vistos como uma verdadeira loucura, principalmente à época de sua fundação, quando a preocupação com o meio ambiente não estava nas pautas das políticas públicas.
Revista Pensar Verde – Com essa longa trajetória de vida política conte-nos algumas curiosidades sobre o Partido Verde.
Carlos Camacho – Tenho algumas boas. Certa noite, na Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo, um jovem alto e magro se levantou e falou: “Estou aqui como representante das nações indígenas”. Esse rapaz era José Luiz de França Penna, hoje presidente do Partido Verde. Foi a primeira vez que vi Penna.
Outra curiosidade interessante é que um dia estávamos na sede do PV, em São Paulo, localizada na Rua dos Pinheiros 812 e chegou o Penna com um ramo de planta. Imediatamente fomos para um pátio perto da sede do PV e decidimos então plantar aquele ramo. Hoje esse ramo é uma árvore de 30 metros de altura e possui uma mística muito grande entre o seu crescimento e o do Partido Verde. Ambos já enfrentaram tempestades, ações judiciais e estão firmes até hoje. Inclusive, essa árvore é uma das razões pelas quais não mudamos de sede. Agora vou contar um fato que é um orgulho para o PV. Vocês sabiam que a executiva municipal de São Paulo nunca teve uma conta desaprovada na Justiça Eleitoral? Todas, sem exceção foram aprovadas pelo Tribunal de Contas, motivo de muito orgulho para todos os verdes.