Para cada nove homens eleitos, apenas uma mulher se elegeu prefeita em primeiro turno nessas eleições.
Nas 5.509 cidades brasileiras em que as eleições foram definidas no primeiro turno, apenas 637 serão comandadas por mulheres a partir do ano que vem, o que representa 11,6%. Esse número mostra a diminuição no número de eleitas em comparação com as eleições de 2012, na qual 664 mulheres foram escolhidas para serem prefeitas, equeivalente a 12,03% do total. Em todo o país, 2.150 mulheres concorriam ao cargo da prefeitura, ante 14.418 homens candidatos. Foram nas regiões norte e nordeste do Brasil que a participação feminina foi maior. No Rio Grande do Norte, 28% das prefeituras ficaram com mulheres. Em seguida, estão Roraima (27%), Alagoas (21%), Amapá (20%) e Maranhão (19%).
Oposto a esse movimento crescente estão as regiões sudeste e sul – Espírito Santo (5%), Minas Gerais (6%), Rio Grande do Sul (6%), Minas Gerais (7,3%), Paraná (7,4%) e Santa Catarina (8,2%). Nesses estados, a participação feminina registrou o menor percentual de mulheres eleitas. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não só em número de eleitas a representatividade feminina diminui, mas também no número de candidaturas. Em 2012, 2.032 mulheres se candidataram à prefeituras, já em 2016, o número foi de 2.039, um aumento nada expressivo.
Nas capitais, oito prefeitos foram eleitos no primeiro turno. Entre eles, apenas uma é mulher, eleita em Boa Vista (RR). A maior cidade que será governada por uma mulher é Pelotas (RS), onde Paula Mascarenhas (PSDB) foi eleita com 60% dos votos. Este ano, 56 municípios tiveram disputa apenas entre candidatas. Em compensação, em 3.381 cidades, só homens concorreram.
Segundo turno e o fim da esperança de maior representatividade feminina – Entre os 110 candidatos que seguem na disputa para o segundo turno, dia 30 de outubro, apenas seis são mulheres. Mesmo no melhor cenário, em que todas que estão disputando vençam, o número de prefeitas em 2017 chegará no máximo a 643 – redução de 2% em relação a 2012. A eleição municipal de 2016 foi a segunda em que vigorou a Lei 12.034/2009, que obriga partidos e coligações a reservarem no mínimo 30% das vagas para um dos sexos. No entanto, houve uma diminuição no registro de candidaturas e no número de eleitas. Especialistas afirmam que, apesar dos partidos cumprirem a cota mínina de mulheres (30%), muitos deles não fornecem às candidatas recursos financeiros e de publicidade equivalente ao ofertado aos homens para que haja uma campanha leal. Em países nos quais os partidos adotam as listas fechadas, alternando mulheres e homens na ordem das candidaturas, avançou-se rapidamente para certa igualdade na representação parlamentar.