Que não nos esqueçamos jamais: não é a Terra que precisa de nós. Somos nós que dependemos dela.
E eis que 2019 chega ao fim. É hora de agradecermos por mais um ano. Apesar de tantas dores e perdas, de tanta luta, no meio de tudo sempre há algum ganho, esperanças e, principalmente, a vida. E se podemos recordar 2019 é porque estamos vivos.
Depois de agradecer, é hora de refletir, rever e pensar como podemos ser melhores em 2020. Para nós da Fundação Verde Herbert Daniel (FVHD) este é o momento de analisarmos o ano do Brasil, de todo nosso meio ambiente e, mais que tudo, de nosso povo.
Uma breve retrospectiva de 2019 nos traz um rastro bastante sombrio: começamos com a tragédia de Brumadinho, em 25 de janeiro, com270 mortos, sendo que 13 pessoas permanecem desaparecidas (até 25 de dezembro).
Depois, vieram as queimadas que destruíram nossa floresta amazônica; assassinatos de indígenas e invasão de terras, o que ainda prossegue; perda do Fundo Amazônia; aumento assustador dos índices de desmatamento; desmantelamento de órgãos de fiscalização ambiental; e, para fechar o ano, o óleo nas praias do Nordeste, o maior desastre ambiental da história marinha brasileira.
Claro que não podemos nos esquecer de nosso atual ministro do Meio Ambiente, colocado ali estrategicamente para ir contra o meio ambiente – no que tem alcançado imenso êxito.
Fora do Brasil, a COP 25 – Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada na Espanha, em dezembro, com representantes de quase 200 países – foi considerada um fracasso, com avanços tímidos e muitas pendências empurradas para a COP 26, em 2020.
Das sombras à esperança –Mas há gritos, sopros de esperança que mostram que em alguns lugares vozes se levantam. O Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica foi uma dessas vozes que se ergueram diante da urgência de “enfrentar a exploração ilimitada da ‘casa comum’ [Terra] e dos seus habitantes”, porque não há dúvida de que “uma das principais causas de destruição na Amazônia é a atividade extrativista predatória, que responde à lógica da ganância” (cap. IV, documento final do sínodo).
Impossível nos esquecermos do grito dos jovens, da sociedade civil, em todo o mundo, com destaque, sem dúvida alguma, para a jovem Greta Thunberg. É ela, essa gigante de 16 anos, quem está conseguindo atrair a atenção do mundo para a questão climática.
E é nos jovens, na sua força para abraçar causas ambientais e humanitárias, que a Fundação Verde acredita cada vez mais. Esses jovens que têm impressionado tanta gente ao redor do mundo, até mesmo a rainha da Inglaterra, Elizabeth II: “[…] estou impressionada com a maneira como as novas gerações trouxeram um sentido de propósito similar a questões como a proteção de nosso meio ambiente e nosso clima”, disse em sua mensagem de Natal.
Temos que olhar para o passado, sim, para que não seja repetido amanhã. Porém, mais do que nunca, precisamos unir forças, estarmos juntos e conscientes para lutarmos por um bem comum, por nossa Casa, por nosso planeta Terra. Devemos começar por aqui mesmo, bem perto, às vezes na praça ao lado, no quintal de casa, e irmos estendendo nossos braços, unidos e firmes, até a floresta, os rios, os mares… Que não nos esqueçamos jamais: não é a Terra que precisa de nós. Somos nós que dependemos dela.