Reconheça o valor do amigo secreto, ofereça experiências, use a criatividade, opte por produtos sustentáveis, dê presentes coletivos
Então é Natal… Mais do que nunca, muitas pessoas estão ansiosas por este 25 de dezembro. Sim, para muitas famílias, as festas deste ano marcarão o reencontro após praticamente dois anos de restrições para sair de casa e para visitar parentes e amigos, especialmente em datas festivas. Apesar de todos os receios e de uma nova variante do coronavírus, a vacina acendeu esperanças – claro, tudo com os devidos cuidados: vacina em dia, uso de máscara mesmo que esteja vacinado, distanciamento social, evitando locais fechados e aglomeração, e higienização das mãos sempre.
Porém, neste momento ímpar de reencontro para alguns e de encontro para outros, pode haver outra armadilha além da Covid-19. O consumo exercerá pressão sobre os corações amolecidos pela saudade das pessoas, dos cheiros, dos abraços, do olho no olho, das comidas, das trocas de presentes, da alegria da (re)união – tudo o que uma boa ceia natalina pode proporcionar.
E não é novidade que o Natal é uma das celebrações humanas que mais impulsionam o consumismo, mas, especialmente este ano, a palavra de ordem do mercado é recuperação pós-pandemia – que, reforçando, não acabou. Então, certamente, a equação “prejuízos do comércio na pandemia + primeiro Natal pós-confinamento” será igual a “consumismo”.
Se pararmos para refletir, veremos que o aumento de gastos e de desperdícios nessa época do ano é enorme, potencializando a pegada ambiental natalina. A lista pode ser imensa: presentes, enfeites, comidas, descartáveis e muito plástico. Toda essa obsessão pela festa do papai Noel tem um impacto devastador no meio ambiente.
As ações humanas de um único dia têm demonstrado, ano após ano, seu poder avassalador para o planeta, por isso alguns ambientalistas consideram o Natal o maior desastre ambiental anual do mundo: usamos mais eletricidade e mais plástico, geramos mais resíduos, compramos compulsivamente, cortamos milhares de árvores e jogamos toneladas de comida no lixo.
A maioria das pessoas adora essas celebrações e a renovação de desejos e esperanças para o novo ano, mas quase ninguém pensa sobre os elevados custos ambientais do Natal. E um dos melhores presentes que podemos ofertar ao nosso planeta – consequentemente, a nós mesmos – é fugir da orgia gastronômica e consumista de todo 25 de dezembro.
Ser sustentável não significa cancelar o Natal. Existem várias alternativas de desperdício mínimo. Com algumas doses de originalidade e considerando que um dos maiores impactos de um presente é o valor, não o preço, a Fundação Verde Herbert Daniel traz algumas dicas para você presentear seus entes queridos com responsabilidade ambiental e sem perder o espírito natalino.
- Ofereça experiências
Pode ser um ingresso para um show ou para um salto de paraquedas, uma leitura de tarô ou um mapa astral, um passeio ou uma massagem, um curso desejado ou um jantar em um lugar especial, uma assinatura de streaming de filme ou de música, um happy hour, uma aula de culinária, uma degustação de vinhos, uma oficina de artesanato, um acampamento ou uma visita a um museu ou a uma galeria. Qualquer experiência que você puder proporcionar para alguém dificilmente será esquecida.
- Use a criatividade
Libere o artista que existe em você! Produza seus presentes de Natal e surpreenda com itens exclusivos como guirlandas de materiais recicláveis, panos ou toalhas bordadas, potes decorados, guardanapos personalizados, luminárias criativas, árvore de bombons, biscoitos ou pães, docinhos ou bolos, customização de roupas ou sapatos. Também vale usar suas habilidades para desenhar, escrever um poema, compor uma música, tirar uma foto ou produzir um vídeo. O mais importante é marcar positivamente quem você ama.
- Doe seu tempo
Com a correria da vida contemporânea, nos privamos de conviver com as pessoas que mais admiramos. Então, que tal doar um pouco do seu tempo para alguém que você ama? Leve essa pessoa para jantar no restaurante favorito dela, para ver um filme, para bater um papo em um café, para ver o pôr do sol, para andar de bicicleta ou caminhar no parque. Outras possibilidades são ensinar a alguém algo que você sabe: andar de bicicleta, fazer um bolo, bordar uma toalha, editar um vídeo, pintar uma parede, falar uma língua estrangeira, cortar a grama, ler e escrever.
- Demonstre sua gratidão
A gratidão é o reconhecimento de vivências e dádivas recebidas. Agradecer nos possibilita enxergar a vida com mais otimismo e esperança. Para exprimir esse sentimento, nada melhor que um pote de gratidão. Para fazer o seu, enfeite um pote de vidro transparente com tampa. Todos os dias escreva algo bom que aconteceu e que despertou em você um sentimento de gratidão. Escolha um dia do ano, que pode ser o Natal, ou do mês para abrir o pote e ler suas anotações. Você se surpreenderá.
- Se for comprar, opte por produtos sustentáveis
Uma maneira de inserir as pessoas, pouco a pouco, no movimento verde é apresentando a elas opções de produtos sustentáveis. Assim, quando for comprar um presente, lembre-se de priorizar objetos duráveis ou recicláveis. Opções como kit de talheres de metal, guardanapo de pano, copo ou caneca de metal, produtos de higiene como pasta e escova de dente ou sabonetes veganos, xampu e condicionador sólidos, alimentos a granel, sementes ou mudas de plantas, ecobags de pano ou lona.
- Dê presentes coletivos
Comprar presentes coletivos tem se tornado uma tendência. Em vez de comprar uma coisa para cada pessoa de uma família ou de um grupo do qual você faz parte, é possível dar jogos de tabuleiro ou de cartas, proporcionar a vivência coletiva de uma ida ao teatro ou a um show, cozinhar uma comida especial para todos, promover um passeio ciclístico ou uma caminhada, organizar um mutirão de reforma e limpeza da casa, comprar ou criar um quebra-cabeça.
- Reconheça o valor do amigo secreto
É importante reconhecer o valor do famigerado amigo secreto. Ele realmente é um ótimo exemplo de sustentabilidade, pois, em vez de cada pessoa do grupo ou da família comprar dez presentes, compra apenas um. É economia de dinheiro, tempo e, o melhor, o planeta agradece. Quando quiser criticar essa brincadeira, lembre-se de que ela é altamente sustentável e pode render ótimas lembranças.
Durante muito tempo, o 25 de dezembro foi sinônimo de extravagâncias. No entanto, com a rapidez e a intensidade da catástrofe climática, não há mais espaço para o consumismo. Não temos tempo a perder: a devastação ambiental pode se tornar incontrolável se mantivermos os níveis de produção e consumo sem as necessárias preocupações ambientais.
O consumismo e a destruição do planeta não representam o espírito natalino, logo, podemos mudar alguns hábitos e buscar internalizar o real significado dessa data: a celebração da vida e a renovação da esperança, da união, da solidariedade, da fraternidade, da gentileza e do afeto. Sempre com toneladas de muito respeito ao meio ambiente.
E é nesse espírito de respeito e amor à Terra que a Fundação Verde deseja a todos um Feliz Natal!
Fonte: Menos1Lixo.